sábado, 21 de dezembro de 2013

II Encontro Nacional da Juventude LibRe – Liberdade e Revolução


Conhece a tua história. Escreve a tua história. 


“Eles têm a força. Poderão nos avassalar. Mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos”.
(Salvador Allende, último discurso no palácio de La Moneda, 1973)

“Se a história é nossa, deixa que nóis escreve”
(Inquérito, Poucas Palavras, 2013)


Em 2013, a Juventude LibRe completou cinco anos de existência. São cinco anos de uma história da qual nos orgulhamos muito. São cinco anos de muitas lutas que travamos ao lado do povo, nas nossas escolas, nos nossos bairros e comunidades, e nas nossas universidades, sempre guiados pelos ideais de liberdade e revolução. São cinco anos de saraus nas quebradas, de construção dos centros culturais A Arte de Fazer e Mandacaru, de movimento estudantil, de luta pela Universidade Popular, de luta por acesso e permanência estudantil nas universidades, de gritos rebeldes contra o machismo, o racismo e a homofobia. Tudo isso faz parte de uma história nossa, muito nossa. E dela não abrimos mão! Entretanto, sabemos: a caminhada que se segue não é de agora. A Juventude LibRe é ela também fruto de lutas sociais que antecederam a nossa fundação no dia 19/07/2008. Reivindicamos para nós a história dos oprimidos que se levantaram contra seus opressores. Essa história é o oxigênio para a nossa ousadia e nossa insubmissão frente aos que exploram o povo.

É hora de nos encontrarmos novamente. Escutar o passado e debater o presente. Com as recentes jornadas de junho de 2013, vimos renascer no Brasil a indignação popular e as grandes manifestações de massa. Problemas que antes passavam despercebidos caíram na boca da população e foram debatidos nas esquinas de todo o país. Ecoaram gritos de mudança pelas ruas e ninguém mais quis ficar quieto. A juventude retomou para si a capacidade de ser porta voz de sua própria realidade. Em meio aos protestos, os mais velhos teciam comparações com acontecimentos que eles viveram no passado. Percebemos então que a nossa realidade tinha algo de inédito, e já não podíamos mais ficar presos às gerações que nos antecederam. Era preciso dar rumo ao nosso próprio bonde. Por outro lado, sem as referências históricas não saberíamos o que fazer e em que momento agir. Quando olhamos pra trás entendemos que a nossa maior herança é a luta. Não podemos deixar morrer a memória dos povos que se levantaram contra as injustiças desse mundo, pois o fio que nos une aos nossos antepassados é (e sempre será) a luta. Devemos assim como eles caminhar rumo à revolução. Devemos ser protagonistas de nossa própria história através da luta popular. Sem reprises, mas com o mesmo sentimento. Se como disse Salvador Allende, “a história é nossa, e a fazem os povos”, então vamos escrevê-la juntos, descobrindo quem somos e lutando pelo que queremos.

Embalados por esse espírito e de peito aberto pra encarar o futuro, convidamos nossos militantes, amigos, parceiros e aliados para participar do II Encontro Nacional da Juventude Liberdade e Revolução, que será realizado nos dias 18, 19, 20 e 21 de abril de 2014 na cidade de Cotia, SP.

Da luta, não fujo não, sou Juventude Liberdade e Revolução.
20 de dezembro de 2013


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

PARA SEMPRE MANDELA!! ADEUS TATA MADIBA!!!

”Eu fui chamado de terrorista ontem. Mas quando eu saí da prisão, muitas pessoas me abraçaram, inclusive os meus inimigos. E isso é o que eu normalmente digo às outras pessoas que dizem que aqueles que estão lutando pela libertação do seu país são terroristas. Eu digo a eles que ontem eu também era considerado um terrorista. Mas, hoje, sou admirado pelas mesmas pessoas que disseram que eu era um “
Nelson Mandela


É preciso dizer:

Muito antes de ser considerado um grande estadista, Mandela já era um símbolo dos guetos negros sul-africanos por ter dedicado sua vida à luta contra o apartheid. Uma luta marcada pela clandestinidade e pela luta armada. Uma luta que lhe fez permanecer preso por décadas, fazendo-o se tornar líder de uma guerra implacável pelo fim do regime racista dos brancos invasores. É preciso dizer e repetir muitas vezes: enquanto a maioria dos governos ocidentais e da grande mídia tentavam queimar o filme de Mandela - chamando-o de "terrorista" - o reconhecimento internacional à sua luta e de todo o movimento anti-apartheid vinha de ativistas, músicos e pouquíssimos governantes. 

Hoje a mídia tenta esconder, mas Fidel Castro foi um dos poucos líderes mundiais que lhe atribuíam esse merecido reconhecimento. Igualmente, poucos lembram que foi somente em 2008 que os EUA retiraram o nome de Mandela da lista de perigosos terroristas que ameaçam a paz mundial (confira a notícia nesse link). 

Mas a história é marcada por ironias e cinismos!
Hoje todos choram (ou dizem chorar) a morte de Mandela.
Hoje todos lhe chamam de herói.

Mas os opressores do povo não nos enganam. Sabemos que o opressor dorme todos os dias com medo de que os oprimidos tenham líderes como Mandela. Sabemos que os novos Mandelas do futuro serão chamados de terroristas, serão combatidos, presos e mortos. Sabemos que os Mandelas de hoje estão nas periferias de todo o mundo, morrendo numa luta pela dignidade humana. A grande mídia branca e racista tenta nos iludir, com mensagens e discursos pacifistas. A estes nós dizemos: não passarão!

Madiba é nosso!
Madiba é do povo preto e pobre da periferia.
Madiba é dos que lutam pelo fim da opressão.

Mandela é o guerrilheiro negro que empunhou a LANÇA DE UMA NAÇÃO
Umkhonto we Sizwe – "Lança de uma Nação" - também conhecido pela sigla "MK", foi criado em 1961 como o braço guerrilheiro do movimento anti-apartheid, e teve Mandela como seu primeiro comandante de guerra. Era a resposta do movimento ao Massacre de Sharpeville (massacre onde foram assassinados 69 ativistas negros sul-africanos). Naquele momento, o movimento anti-apartheid compreendeu que o regime racista não poderia mais ser combatido com táticas pacifistas. Esse é o Mandela que o opressor quer nos esconder. Essa é a história que tentam calar e apagar da memória do povo. 



A Juventude LibRe está de luto pela morte de Madiba.
Madiba é símbolo de nossa luta, e não desse pretenso ativismo "pacifista" e "democrático" que hoje querem imprimir à sua história. Madiba é símbolo da luta implacável contra as injustiças desse mundo, doa a quem doer.

No luto e na luta, cantemos o hino de Umkhonto we Sizwe