quinta-feira, 1 de junho de 2017

Os rumos da Educação pública e os compromissos da juventude


“Em outras palavras, [a educação] tornou-se uma peça do processo de acumulação de capital e de estabelecimento de um consenso que torna possível a reprodução do injusto sistema de classes. Em lugar de instrumento da emancipação humana, agora é mecanismo de perpetuação e reprodução desse sistema” (Emir Sader)

A educação brasileira tem passado por uma série de mudanças, tendo sido fortemente disputada pelos diferentes setores da sociedade que a enxergam como um elemento fundamental na correlação de forças por projetos societários distintos. Ela pode representar, a um só tempo, duas coisas opostas: a transgressão à ordem social vigente, ou a sua manutenção.
Enquanto a educação escolar poderia cumprir o papel de subsidiar uma transformação mais radical da sociedade, quando essencialmente vinculada ao mundo do trabalho numa perspectiva de luta emancipatória e contra a alienação, ela tem sido usada como instrumento de “interiorização das condições de legitimidade do sistema que explora o trabalho como mercadoria, para introduzi-los a sua aceitação passiva”[1]. Isso significa que a educação compõe um sistema ideológico – junto das mídias, por exemplo – que visa à legitimação da ordem social estabelecida.
Se o diagnóstico é preocupante, o prognóstico é ainda pior. Diversas são as estratégias do capital para pulverizar qualquer possibilidade de transgressão à lógica do mercado, dos lucros e dos interesses privados que se estabelece cada dia mais na educação. No último período, várias medidas foram impostas para garantir que a educação cumpra o papel de preservação acrítica[2] do próprio sistema capitalista e manutenção das desigualdades sociais.
A privatização é uma das mais graves estratégias do capital, uma vez que a educação passa a assumir diretamente a lógica do mercado e os interesses de grupos específicos – e não mais da sociedade. As parcerias público-privadas também representam o esvaziamento do Estado e, com isso, da educação pública, e o privado passa a ser parâmetro de qualidade. As políticas dos governos autoritários (como é o caso do prefeito Marchezan em Porto Alegre, Sartori no Rio Grande do Sul e Michel Temer no governo federal) tem sido afastar os sujeitos da educação dos debates acerca das políticas educacionais, enquanto um grupo de engravatados – também vinculados ao mercado – é que define as diretrizes, os objetivos, o funcionamento e o caráter da educação que ainda resta pública. Ao mesmo tempo, no congresso nacional, nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais são cotidianamente apresentadas proposições que desvirtuam o caráter da educação emancipatória.
Como exemplo, a Emenda Constitucional 95 (ex-PEC 55) foi aprovada no ano passado, congelando o investimento público em educação pelos próximos 20 anos, prejudicando a manutenção das escolas e a qualidade da educação pública. A Reforma do Ensino Médio (MP 476), também aprovada, acentua as desigualdades sociais entre a juventude e na sua inserção no mercado de trabalho, e amplia a possibilidade de privatização da educação pública. O programa Escola sem Partido (ESP), com diversas proposições em nível federal, estaduais e municipais, criminaliza o trabalho docente e veta a possibilidade de a escola ser um espaço de cidadania, diversidade e criticidade. Além destes, projetos de cobranças em universidades federais, de ampliação da oferta da modalidade EAD na educação básica, de reorganização da rotina escolar, e vários outros projetos que representam enormes retrocessos, tramitam nas instâncias parlamentares.  
Nesse sentido, acreditamos que é papel da juventude fortalecer a defesa de um projeto de educação que corrobore com a transformação da sociedade sob uma perspectiva emancipatória. Precisamos estar atentos às medidas impostas e combatê-las, ocupando as ruas e as escolas para gritar nossa indignação. À juventude cabe a tarefa fundamental de disputar a educação brasileira, levantando a bandeira da educação pública, gratuita, popular, democrática, laica e de qualidade. Defendendo uma educação sob gestão pública, não perpassada por interesses privados e de mercado; de acesso universal, com a mesma qualidade, independente de classe ou renda; socialmente referenciada; definida e organizada pelo conjunto da sociedade, principalmente pelos sujeitos da educação; que respeite a diversidade; e que tenha como horizonte a construção de uma nova sociedade.

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda” (Paulo Freire)




[1] Emir Sader no prefácio de “A educação para além do Capital”, 2008.
[2] MÉSZÁROS, 2008, 

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Diretas, já! Só o povo pode decidir


As lutas populares dos últimos meses, ainda que ocultadas pela mídia e pelo governo, foram responsáveis por grande mobilização, com a realização da greve geral no dia 28/4 e manifestações massivas em todo país.

Só com a ampla participação, unidade e protagonismo do povo será possível reverter os estragos feitos por este governo golpista. A pressão nas ruas poderá evitar que, por meio de novo golpe, se estabeleça um governo e regime ainda mais nocivos aos trabalhadores e à população.

Nos próximos dias acontecerão atos em todo o país e dia 24/5 Brasilia será ocupada! A luta agora é por eleições diretas, já! Contra as reformas trabalhista e da Previdência! Nenhum direito a menos!

segunda-feira, 6 de março de 2017

Jovem é assassinado por pedir comida em restaurante



João Victor é mais uma vítima por ser jovem, negro e da periferia. Foi assassinado por seguranças de uma rede de restaurantes porque pedia comida.
A empresa tenta acobertar o assunto. Sua lógica é a defesa dos lucros a qualquer preço, por isso não assume ou se responsabiliza pelo crime.
Não esqueceremos!

João Victor: PRESENTE!

Vídeo: Jornalistas Livre

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O TEU NIVER, FIDEL, TRANSCENDE-O


Fidel liderou a revolução política de alma mais social do nosso tempo. Jovem ainda e filho de família latifundiária, determinou-se a livrar milhões de cubanos escravizados, primeiro pelos espanhóis, depois pelos ianques. Como um Golias moderno, juntou-se a homens de caráter e derrotou a ambição dominadora do vizinho gigante. Em pouco tempo extinguiu a chaga do analfabetismo secular no país, propiciou Educação, Moradia, Emprego e renda para todos. Aboliu a antiga Ilha de miseráveis canaviais onde vegetavam e morriam os cubanos. Deu fim aos bordéis de luxo destinados a deleitar as elites estrangeiras. Sofreu por isso com o seu povo o pior embargo, cerco e guerra do impiedoso Estados Unidos e seus aliados.
Hoje, depois de 57 anos sem comércio internacional, sem petróleo, sem recursos naturais, territorialmente minúsculo tal Pernambuco e com 13 milhões de habitantes, a pequena ilha é exemplo de desenvolvimento social e progresso científico. Isolada assim, detém hoje, segundo a ONU, o melhor Sistema de Saúde do mundo e é único país a cumprir integralmente o respeito ao Meio Ambiente. Sua tecnologia avançou em todas as áreas, inclusive na informática - para surpresa e decepção dos opressores -, na engenharia da construção civil, no processo educativo e nos direitos sociais. Na expectativa dos capitalistas o povo cubano isolado e desassistido era para estar morto de fome e Fidel esquecido, 634 vezes "assassinado".
Há poucos dias vi num vídeo na net a filha de Che - tão brilhante intelectual quanto a Anita filha de Prestes - a dizer que a cultura do socialismo é tão arraigada no povo cubano que nada o afastará do senso de solidariedade construído nesses anos de tenacidade anticapitalista de Fidel e seus companheiros. Não nego que ainda sinto o arrepio da felicidade! E não pode ser só meu. Há um carisma particular na Revolução liderada por ele, o que faz de Cuba algo de carinho para a humanidade progressista do planeta Terra, "esse pálido ponto azul da nossa galáxia", no dizer dos estudiosos do Universo.
Ah vontade de falar mais, dos passaportes contidos, da confessada curiosidade dos cidadãos americanos, dos seus estudantes e profissionais que querem aperfeiçoamento em Cuba. Ah se não fosse o desumano bloqueio! Como Washington teme que a recente abertura diplomática evolua e inverta o jogo! Ah se as novas circunstância econômicas e políticas influenciem a combalida e sofrida massa de desempregados e jovens estado-unidenses! E não é que eles quase colocam o Barnie Sanders, um autoproclamado "socialista" agorinha na Casa Branca?
As novas gerações do Tio Sam estariam chocadas com os 60 mil moradores de rua na Nova Iorque de hoje? Teriam descoberto que o conceito de "qualidade de vida' da ONU é furado? O que explica a pobre Cuba do demônio Fidel estar entre as primeiras nações do mundo na longevidade do seu povo? Ahhh, siiiim... Será por isso que nos states os Panteras Negras estão de volta às armas... Que como eles as academias pululam de intelectuais marxistas, esquerdistas, anti-Wall Street... Sacaram que a atual crise do capital secou a fonte, fez ruir sua economia, retirou aos EUA a condição de polo imperialista único... E que a Europa levada de roldão arranja-se numa UE duvidosa.
Nesta cena a sombra de Fidel permanece sólida. Seus 90 anos transcende, mitifica sua figura no vigor adquirido pelo seu povo. São estes pequenos buquês de porquês que levam a parabenizar Fidel. Por sua fibra moradores de quarteirão destroçaram tropas americanas super armadas invasoras da bela Baia dos Porcos, ainda nos alvores da Revolução. O povo de Fidel se fez em exército temido pelos gringos. A partir daí sua valentia fez de Cuba a verdadeira "Pérola das Antilhas". Fidel nunca se acovardou. Perante o tribunal que o julgava por arremeter-se contra o quartel de Moncada, dispensou advogados de defesa e desafiou os generais com a célebre frase: "Condenai-me, não importa. A História me absolverá". E não deu outra. Mais que sobejamente absolvido, está imortalizado, camarada.E que nunca seja segredo: por falta de ternura você não morrerá jamais. Viva, Fidel!

Texto de Antonio Britto, jornalista. 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

URGENTE: Ato em solidariedade aos secundaristas detidos hoje (13/5), às 17h, na Praça do Ciclista


Na manhã desta sexta-feira, 13 de maio, o governador Alckmin mandou, sem autorização da Justiça, a Polícia Militar retirar os estudantes que estavam ocupando uma Escola Técnica do estado e 3 diretorias de ensino.

O ato que acontecerá a partir 17h, na Praça do Ciclista, é chamado por diversas organizações e movimentos, e acontece em solidariedade aos estudantes e contra a ação arbitrária de Alckmin e da PM. A polícia prende dezenas de estudantes secundaristas.

Não podemos aceitar este tipo de ação autoritária, fruto de uma política conservadora e extremamente violenta do governo estadual.

Acesse o aqui link do evento no Facebook.

sábado, 9 de abril de 2016

TODO APOIO AO MST! COMPANHEIROS VILMAR BORDIM E LEOMAR BHORBAK, PRESENTES!


No último dia 7 de abril o acampamento Dom Tomas Balduíno sofreu um ataque violento da Polícia Militar do Estado do Paraná e da segurança particular da empresa Araupel, grileira e dona de latifúndio na região. A emboscada terminou com o assassinato dos trabalhadores rurais Vilmar Bordim (44) e Leomar Bhorbak (25).

Estes companheiros são vítimas da luta pela reforma agrária no País. O acampamento, que fica na região de Quedas do Iguaçu, possui 1500 famílias entre elas as de Bordim e Bhorbak. Com o agravamento da crise, a direita radical busca articular forças para a ampliação das restrições e sufocar ainda mais os movimentos populares. 

Por isso, manifestamos nossa solidariedade às famílias e todo apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra!

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Solidariedade a Guilherme Boulos e ao MTST


O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, Guilherme Boulos, tem sido alvo de perseguição por parte de parlamentares do DEM e do PSDB, que entraram com representação junto ao Ministério Público Federal pedindo sua prisão sob a alegação de incitação de violência e formação de milícia privada.
Diante do aprofundamento de uma das maiores crises políticas e institucionais do País, a direita, representada por grupos monopolistas-financeiros e imperialistas, se articula para a realização do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Boulos e o MTST, que apresentam profundas críticas às políticas adotadas pelo governo federal, se declaram contra a interrupção do mandato de Dilma e por isso sofrem as consequências da ampliação das restrições e da criminalização dos movimentos populares e pobres.
É necessário uma ampla mobilização das forças populares para derrotar o golpismo reacionário em marcha e impedir a regressão do regime político assim como a supressão dos direitos e conquistas das classes exploradas e oprimidas.
Todo apoio ao companheiro Guilherme Boulos e ao MTST!
Contra a criminalização dos movimentos e das lutas populares!