quarta-feira, 25 de maio de 2011

Formação de Multiplicadores reúne 60 jovens em Caxias do Sul

 Foi nos dias 21 e 22 de maio que aconteceu em Caxias do Sul a Formação de Multiplicadores da Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens da Região Leste do RS. Reunindo cerca de 60 participantes de grupos, escolas e movimentos sociais de diversas cidades (Caxias, Porto Alegre, São Leopoldo, Montenegro, Canoas, Viamão, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada, Sapucaia do Sul e Esteio) pudemos conhecer mais, estudar e propor ações locais para a Campanha ainda em 2011.O objetivo do encontro foi capacitar mais jovens para organizar a Campanha nas cidades, tendo como ação concreta mais direta a construção de Comitês Locais.

Proposta pelas Pastorais da Juventude do Brasil, a Campanha está ocorrendo em todo o país, mobilizando a sociedade para o debate sobre a relação entre violência e juventude, procurando apontar pistas para a construção de uma cultura de paz e superação de desigualdades sociais.No Rio Grande do Sul a Campanha é uma ação promovida em conjunto entre as PJs, a Juventude LibRe e o Levante Popular da Juventude em parceria com a ONG Trilha Cidadã, a Reju-Sul e a CNBB do Regional Sul 3.


CONFIRA TAMBÉMVocê sabe o que é a Campanha? - Clique aqui

quinta-feira, 19 de maio de 2011

CONVOCATÓRIA PARA O ATO-DEBATE CONTRA A INTERVENÇÃO IMPERIALISTA NA LÍBIA

O silêncio dos revolucionários, quando não se pode calar, é o canto vitorioso do capital!

Rechaçamos a intervenção imperialista na Líbia. Depois do Afeganistão e do Iraque, este país africano virou a bola da vez. Assim como o golpe de Estado em Honduras e a invasão do Haiti pelos EUA, agravando a ocupação militar já iniciada pela ONU sob o comando do exército brasileiro, também a atual ofensiva sobre o povo líbio tem a marca da gestão Obama, uma cínica e cruel agressão colonialista com fachada “humanitária”.

Os levantes em andamento nos países árabes deixam claro que o povo nas ruas rechaça as ditaduras e o messianismo religioso com o qual a imprensa ocidental e capitalista tentou lhes associar.

Em meio a um processo de rebelião generalizada em vários países no norte da África e no Oriente Médio, o imperialismo tenta tirar proveito da situação e se articula com a reacionária oposição monarquista e ex-membros do governo Kadafi para criar supostas forças revolucionárias na Líbia, o chamado Conselho Nacional de Transição, o qual reivindica a invasão imperialista contra seu próprio povo e comemora os bombardeios estrangeiros sobre seu país.

Agora, por meio do ataque militar escancarado da OTAN fica claro que o objetivo é a recolonização do país que detém as maiores reservas de petróleo do continente africano. Vale destacar que nos últimos meses, a ONU dividiu o Sudão através de um plebiscito fraudulento e, em “defesa da democracia”, realizou um golpe de Estado e invadiu militarmente a Costa do Marfim para derrubar um governo que ameaçou nacionalizar os bancos e que nacionalizou a produção de cacau do país (a Costa do Marfim é o maior produtor de cacau do mundo). A crise econômica abriu o apetite das distintas potências imperialistas para estabelecer uma nova partilha colonial da África e do mundo árabe.

A propaganda de guerra “humanitária” de Obama confundiu uma série de organizações de esquerda que foram às ruas protestar contra a “guerra ao terror” de Bush no Afeganistão e no Iraque. Agora, estas organizações têm receio de que a condenação contundente ao ataque coordenado pela OTAN possa ser lido como respaldo às supostas atrocidades de Muamar Kadafi contra os ‘rebeldes’.

É preciso barrar a máquina de guerra imperialista em qualquer circunstância e local. Todavia, condenar o imperialismo não significa apoiar politicamente o governo Kadafi.

Se o imperialismo sair vitorioso em mais esta agressão, será fortalecida a política de fazer os trabalhadores pagarem a conta da crise econômica capitalista que, no Brasil, se expressa pelo corte de gastos públicos, ajuste fiscal e arrocho salarial dos trabalhadores realizados pelo governo Dilma.

É preciso derrotar o imperialismo e seus agentes e avançar rumo à conquista de direitos civis para os imigrantes e as mulheres, direitos sindicais e de greve, expropriação das multinacionais, inclusive as construtoras brasileiras, e pela revolução socialista contra o conjunto da burguesia.

Nossas diversas posições políticas sobre o conflito na Líbia não devem impedir que as organizações e lutadores sociais que se reivindicam anti-imperialistas e anticapitalistas se somem ao Debate que será realizado no dia 21 de maio, às 17:30, no ECLA, Espaço Cultural Latino Americano. Rua Abolição, 244, Bela Vista, São Paulo (SP).

Esta atividade está a serviço de acumular forças na direção de construir a necessária unidade para realizar o primeiro ato público de rua, para exigir o fim imediato da intervenção imperialista na Líbia.

COMITÊ CONTRA A INTERVENÇÃO IMPERIALISTA NA LÍBIA

terça-feira, 17 de maio de 2011

Lançamento do selo independente Revolusom


Juventude Libre e Revolusom apresentam:

1º Cultural no Caputera

LANÇAMENTO DO SELO INDEPENDENTE REVOLUSOM
com apresentações de música, teatro, mostra de documentários e diversas intervenções culturais...

Data: 21 de maio (sábado) a partir das 14h
Local: Estrada da Barragem - Caputera - Cotia/SP (próximo ao ponto final da lotação)

Realização: 
Revolusom e Porte Legal
Juventude LibRe - Liberdade e Revolução

sexta-feira, 13 de maio de 2011

12.05.11 - Brasil Dia 13 de maio será marcado por denúncias e lutas contra o racismo

Considerado como dia da abolição dos escravos no Brasil, o 13 de maio está longe de ser uma data comemorativa para o movimento negro no país. O dia ganhou outro significado para negros e negras, que passaram a chamá-lo de "Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo”. Em São Paulo, a data será marcada por mobilizações e atos públicos. 

Douglas Belchior, integrante do Conselho Geral da União de Núcleos de Educação Popular para Negros/as e Classe Trabalhadora (Uneafro), explica que o movimento negro no Brasil "ressignificou” o 13 de maio, transformando-o em uma data de luta. "O dia de 13 foi visto como dia da libertação dos escravos, mas os negros desmentiram, mostrando que continuam precarizados, escravizados”, comenta.

Desemprego, falta de acesso à moradia e aos serviços de saúde, educação de baixa qualidade, preconceito, discriminação racial, violência. Esses são apenas alguns problemas ainda enfrentados por negros e negras no Brasil. Belchior observa que, apesar de alguns avanços – principalmente nas políticas públicas voltadas para a população negra no país -, eles "são muito tímidos”. 

O integrante da Uneafro chama atenção também para o racismo sofrido pelos/as negros/as. Segundo ele, crime já está naturalizado pela sociedade e pelo Estado brasileiro. "O racismo já se enraizou nas relações sociais e pessoais”, comenta, lembrando, por exemplo, que negros e negras são, muitas vezes, alvos de piadas e chacotas.

Neste ano, o "Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo” chama atenção para a violência contra jovens negros. Dados do "Mapa da Violência 2011 – Os jovens do Brasil” revelam que 12.749 negros/as foram assassinados/as no ano de 2008. De acordo com o relatório, entre 2002 e 2008, as taxas de homicídios de jovens brancos caíram 23,3% enquanto que as de jovens negros cresceram 13,2%. "Isso mostra o avanço do genocídio contra a população negra”, observa Belchior.

Atividades

"Parem de matar os nossos filhos”. É com esse grito que organizações e movimentos do povo negro realizam, nesta semana, ações contra o racismo e a violência. Hoje (12), segundo Douglas Belchior, entidades sociais entregaram na Assembleia Legislativa de São Paulo um dossiê sobre a violência contra população negra e demandaram uma CPI sobre o genocídio negro e a ação da polícia militar de São Paulo.

Amanhã (13), a atividade começará às 12h em frente ao Teatro Municipal, na praça Ramos de Azevedo. Às 18h, haverá um ato político seguido de cortejo cultural pelas ruas do Centro. Além do rechaço à violência contra a população negra, os manifestantes reivindicam: reparações históricas para o povo negro brasileiro; manutenção das cotas nas universidades e ampliação para todas as instituições de ensino superior públicas; manutenção do decreto que regula a titulação dos territórios quilombolas; tipificação dos casos de violência policial; entre outras.

 Escrito por Karol Assunção, do Adital

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Debate: Nelson Werneck Sodré - A atualidade de um pensamento

A editora Expressão Popular realiza nesta quarta um debate acerca da produção intelectual de Nelson Werneck Sodré (1912-1999), com base na reedição do texto A História Militar do Brasil. 


Local: Rua da Abolição, 201 - Bela Vista

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Aula-debate sobre a Comuna de Paris marca o aniversário de Marx


Na última quinta-feira (05/05) completou-se 193 anos desde o nascimento de Karl Marx. A passagem de mais esse aniversário do comunista alemão não poderia passar em branco, e nada melhor que celebrar com um bom debate. Foi essa a tônica da aula-debate "Marx e os 140 anos da Comuna de Paris: atualidade da práxis transformadora" realizada na Faculdade de Educação da UFRGS. Contando com a participação de Cláudio Hiran Alves Duarte, dos professores Luiz Miranda e Robert Ponge, a atividade procurou fazer um resgate histórico sobre a importância da Comuna, bem como analisar as implicações que teve para Marx, sua obra e a práxis contemporânea. As mais de cinqüenta pessoas que compareceram puderam aprender um pouco mais sobre "essa esfinge, que tanto assombra o espírito burguês".

A iniciativa da promoção do debate foi do Grupo de Estudos sobre a "Contribuição à Crítica da Economia Política", organizado pela Juventude LibRe desde o ano passado e que reúne-se todas às quintas-feiras das 18h às 20h na sede do DAFE (Diretório Acadêmico da Faculdade de Educação da UFRGS). Maiores informações podem ser obtidas no nosso e-mail: juventudelibre@yahoo.com.br

terça-feira, 3 de maio de 2011

Marx e os 140 anos da Comuna de Paris

atualidade da práxis transformadora



No dia 5 de maio de 1818 nascia Karl Marx, um dos maiores pensadores da história da humanidade. Celebrar seu aniversário no ano em que se completa 140 anos da primeira revolução socialista no mundo implica retomar o seu questionamento da época:


"Que é a Comuna, essa esfinge que tanto atormenta o espírito burguês?"
 
Aula debate dia 5/5 (quinta) às 18h30


Debatedores:

Cláudio Hiran Alves Duarte (Advogado)
Luiz Miranda (Faculdade de Economia - UFRGS)
Robert Ponge (Instituto de Letras - UFRGS)

Local: Sala 601 da Faculdade de Educação (UFRGS - Campus Centro)

domingo, 1 de maio de 2011

Les Luttes de Classes dans Les Toilettes


Na primeira quinzena de abril, funcionários de empresa de limpeza terceirizada protestaram na USP contra a falta de pagamento de seus salários, revirando as latas de lixo no chão da Universidade. (Fotografia: Rodrigo Paiva/UOL)


Podemos agora reler cuidadosamente O 18 de brumário de Luís Bonaparte que a editora Boitempo acaba de lançar em nova tradução. Mas não podemos deixar de dizer que, apesar de sua genialidade, Karl Marx não imaginou até onde chegariam as lutas de classes em França ou fora dela.

Bem, elas simplesmente chegam aonde é necessário.

Recentemente, a Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP foi palco de um protesto “sujo”. As funcionárias de uma empresa terceirizada de limpeza estavam sem receber seu salário. Diante disso, juntamente com alguns estudantes elas viraram os cestos de lixo e inundaram o prédio de História com os rejeitos que raramente aparecem aos olhos de quem os produz.

Todos ficaram justamente indignados quando viram o que havia dentro da lata de lixo da história.
Não é preciso dissertar sobre qual seria a responsabilidade jurídica do Estado perante funcionários terceirizados que trabalham em suas dependências e nem mesmo sobre a legalidade do ato para reconhecer sua legitimidade. Talvez errado na forma, ele foi certo no conteúdo. Afinal, não é tolerável fazer um trabalho degradante e nem receber por isso.

Longe do lixo, seria mais aprazível retomar um “antípoda” de Karl Marx: Alexis De Tocqueville em suas Lembranças de 1848. Tanto quanto Marx, ele narrou vivamente alguns episódios da Primavera dos Povos. Mas de uma perspectiva política contrária.

Naqueles dias tempestuosos ele encontrou seu amigo Adolphe Blanqui, então um próspero economista. Adolphe era irmão do revolucionário permanente Auguste Blanqui, descrito pelo próprio Tocqueville no dia da tomada do parlamento como uma figura horrenda sob todos os aspectos.

Mas Adolphe também tinha coração. Certo dia, ele viu um jovem provinciano vivendo em extrema miséria e resolveu “adotá-lo” como parte da criadagem de sua residência em Paris.

Quando começou a insurreição de junho de 1848, era uma quinta feira. Esgueirando-se pelos meandros da casa, Adolphe ouviu um diálogo na cozinha entre aquele rapaz e uma de suas jovens empregadas. Dizia o jovem desaforado: “No domingo que vem, seremos nós que comeremos as asas do frango”. Ao que a moça retrucou: “E seremos nós que usaremos belos vestidos de seda”.

Para Tocqueville o que havia de mais surpreendente na história não era a insolência daquele par, mas o fato de que Adolphe não tivesse coragem de surpreendê-los e expulsá-los naquele momento. Eles o atemorizavam. Só depois quea classe operáriaparisiense foi esmagada nas ruas é que o respeitável economista teve a “coragem” de botá-los para fora de sua casa.

A luta de classes não é algo tão abstrato que habite apenas os discursos e os livros. Às vezes, ela se insinua no mais inesperado cotidiano. Ettore Scola em seu filme La Cena (“O jantar”) teve o mesmo bom gosto de Tocqueville ao situá-la na cozinha onde um velho chef comunista lançava seus impropérios.

Na Universidade, as lutas de classes, expulsas das salas de aula, resolveram voltar de forma mais incômoda: pelo banheiro.

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Lincoln Secco, professor de História Contemporânea na USP.
Publicado originalmente no Blog da Boitempo