quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Formação Juventude LibR /RS

Caros amigos e camaradas,

O núcleo de Porto Alegre da Juventude Liberdade e Revolução (LibRe) fará uma atividade de formação e debate nos dias 15 e 16/12 na cidade de Tapes. Os temas que serão tratados por lá partem da seguinte pergunta: "Como uma organização de jovens pode contribuir com a transformação social?"

Lá queremos discutir muito sobre o que fazer (e como fazer) para revolucionar essa nossa sociedade opressora e exploradora. 

Não sabe o que é a Juventude LibRe? Entra no nosso blog e conheça nossas ideias, chame o(a) camarada que te mandou esse e-mail para um bate-papo, mas não deixe de aparecer!

O quê? Formação e Debate da Juventude LibRe
Quando? Dias 15 e 16/12
Onde? Tapes (1h15 de POA)
Se eu quiser ir, como faço? Entra em contato conosco (juventudelibre@yahoo.com.br) para que possamos organizar a tua ida para lá: de carro, de ônibus ou de carona. Pedimos uma contribuição de R$10 para custear a alimentação.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Palestina Resiste!


Ultrapassa a 90 o número de palestin@s mortos, dentre vários civis, crianças e mulheres, desde o início dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, território com cerca de 1,7 milhões de habitantes, sendo metade composta por uma população infantil. 

Hospitais não dão conta de atender aos mais de 700 feridos, além do escassez de diversos medicamentos essenciais e materiais descartáveis, segundo o Ministério da Saúde, em Gaza.

É com enorme desfaçatez que os EUA e a União Europeia declaram apoio à atual invasão israelense com pretexto da defesa de Israel. Assim como da última ofensiva do sionismo israelense em 2008, mais de 1400 palestinos foram mortos, dentre eles 700 civis. "Do lado de Israel se contaram dez soldados e nenhuma vítima civil". conforme dados apontados por Atílio Boron (Fonte: Rebelion.org). 

Na Casa Branca... manchas de sangue escorrem das mãos atadas e sujam os alvos muros da desesperança.



Manifestamos nossa solidariedade internacional militante ao povo da Palestina que vem sendo alvo de cruéis ataques cometidos por Israel! 

Apoiamos uma resistência popular em luta pela vida! 

Exigimos um posicionamento de incondicional rejeição à ofensiva e prestar toda solidariedade possível por parte do governo brasileiro!



Abaixo segue a canção do músico e escritor palestino Khaled El-Hibrisang.

Em Gaza estamos bem
E você, como está?
Estamos bem, sob ataques
E você, como está?
Nossos mártires estão embaixo dos escombros
Nossas crianças vivem agora em tendas de campana
E perguntam por você.
Estamos bem em Gaza
E você, como está?

O mar está atrás de nós
Mas lutamos
O inimigo está frente a nós
Mas seguimos lutando
Temos tudo o que necessitamos:
Alimento e armas
Promessas de paz
Agradecemos tanto seu apoio!
Estamos bem em Gaza
E você, como está?

Nossas almas
Nossas feridas
Nossas casas
Nosso céu
Nossos rostos
Nosso sangue
Nossos olhos
Nossos ataúdes
Proteja-nos de suas armas,
De suas promessas,
De suas palavras,
De suas espadas...

Estamos bem em Gaza
E você, como está?

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Homenagem a Che Guevara

Tombava há 45 anos o corpo de Che Guevara, homem radicalmente humano, que lutou pela libertação dos povos até o último sopro de sua vida. Estudioso e militante marxista, defendeu que todo processo Revolucionário é um ato de amor . ATÉ A VITÓRIA SEMPRE, COMANDANTE!


Discurso de Che sobre O que deve ser um jovem comunista.


[...]
Quero formular agora, companheiros, qual é a minha opinião, a visão de um dirigente nacional das ORI, do que é que deve ser um jovem comunista, a ver se estivermos de acordo todos.
Eu acho que o primeiro que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que sente por ser um jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar perante todo o mundo a sua condição de jovem comunista, que não o vira para a clandestinidade, que não o reduz a fórmulas, mas que o exprime a cada momento, que lhe sai do espírito, que tem interesse em demonstrá-lo porque é o seu símbolo de orgulho.
Junto disso, um grande sentido do dever para a sociedade que estamos a construir, com os nossos semelhantes como seres humanos e com todos os homens do mundo. Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Ao pé disso, uma grande sensibilidade ante todos os problemas, grande sensibilidade face à injustiça. Espírito inconforme cada vez que surge algo que está mal, tenha-o dito quem o disser. Pôr em questão todo o que não se perceber. Discutir e pedir aclaração do que não estiver claro. Declarar a guerra ao formalismo, a todos os tipos de formalismo. Estar sempre aberto para receber as novas experiências, para conformar a grande experiência da humanidade, que leva muitos anos a avançar pola senda do socialismo, às condições concretas do nosso país, às realidades que existem em Cuba. E pensar -todos e cada um- como irmos mudando a realidade, como irmos melhorando-a.
O jovem comunista deve tentar ser sempre o primeiro em tudo, lutar por ser o primeiro, e sentir-se incomodado quando em algo ocupa outro lugar. Lutar sempre por melhorar, por ser o primeiro. Claro que nem todos podem ser o primeiro, mas sim estar entre os primeiros, no grupo de vanguarda. Ser um exemplo vivo, ser o espelho onde podam olhar-se os homens e mulheres de idade mais avançada que perderam certo entusiasmo juvenil, que perderam a fé na vida e que ante o estímulo do exemplo reagem sempre bem. Eis outra tarefa dos jovens comunistas.
Junto disso, um grande espírito de sacrifício, um espírito de sacrifício não apenas para as jornadas heroicas, mas para todo o momento. Sacrificar-se para ajudar o companheiro nas pequenas tarefas e que poda cumprir o seu trabalho, para que poda cumprir com o seu dever no colégio, no estudo, para que poda melhorar de qualquer maneira. Estar sempre atento a toda a massa humana que o rodeia.
Quer dizer: apresenta-se a todo jovem comunista a tarefa de ser essencialmente humano, ser tão humano que se aproxime ao melhor do humano, purificar o melhor do homem por meio do trabalho, do estudo, do exercício de solidariedade continuada com o povo e com todos os povos do mundo, desenvolver ao máximo a sensibilidade até se sentir angustiado quando um homem é assassinado em qualquer canto do mundo e para se sentir entusiasmado quando em algum canto do mundo se alça uma nova bandeira de liberdade.
O jovem comunista não pode estar limitado polas fronteiras de um território, o jovem comunista deve praticar o internacionalismo proletário e senti-lo como cousa de seu. Lembrar-se, como devemos lembrar-nos nós, aspirantes a comunistas cá em Cuba, que somos um exemplo real e palpável para toda a nossa América, para outros países do mundo que lutam também noutros continentes pola sua liberdade, contra o colonialismo, contra o neocolonialismo, contra o imperialismo, contra todas as formas de opressão dos sistemas injustos. Lembrar sempre que somos um facho acesso, que somos o mesmo espelho que cada um de nós individualmente é para o povo de Cuba, e somos esse espelho para que se olhem nele os povos da América, os povos do mundo oprimido -que lutam pola sua liberdade. E devemos ser dignos desse exemplo. Em todo o momento e a toda a hora ser dignos desse exemplos.
Isso é o que nós julgamos que deve ser um jovem comunista. E se se nos dissesse que somos quase uns românticos, que somos uns idealistas inveterados, que estamos a pensar em cousas impossíveis, e que não se pode atingir da massa de um povo que seja quase um arquétipo humano, nós temos de contestar, uma e mil vezes, que sim, que sim se pode, que estamos no certo, que todo o povo pode ir avançando, ir liquidando intransigentemente todos aqueles que ficarem atrás, que não forem capazes de marcharem ao ritmo a que marcha a revolução cubana. Tem de ser assim, deve ser assim, e assim é que será, companheiros, será assim, porque vocês som jovens comunistas, criadores da sociedade perfeita, seres humanos destinados a viver num mundo novo de onde terá desaparecido de vez todo o caduco, todo o velho, todo o que representar a sociedade cujas bases acabam de ser destruídas.
Para atingirmos isso cumpre trabalhar todos os dias. Trabalhar no senso interno de aperfeiçoamento, de aumento dos conhecimentos de aumento da compreensão do mundo que nos rodeia. Inquirir e pesquisar e conhecer bem o porquê das cousas e colocar sempre os grandes problemas da Humanidade como problemas próprios.
Destarte, num momento dado, num dia qualquer do anos que venham -após passarmos muitos sacrifícios, sim, depois de termo-nos porventura visto muitas vezes à beira da destruição- após termos porventura visto como as nossas fábricas som destruídas e de tê-las reconstruído de novo, depois de assistirmos ao assassinato, à matança de muitos de nós e de reconstruirmos o que for destruído, ao fim de isso tudo, um dia qualquer, quase sem repararmos, teremos criado, junto dos outros povos do mundo, a sociedade comunista, o nosso ideal.
Fonte: Marxists.org

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Incêndios suspeitos: Fogo atinge de novo Favela do Moinho em São Paulo

17 de setembro de 2012
Rede Brasil Atual

Cidade já registrou 68 incêndios desse tipo em 2012 e mais de 500 desde 2005, quando José Serra extinguiu programa de prevenção

São Paulo - A cidade de São Paulo amanheceu hoje (17) com mais um incêndio em área ocupada por favela, o 68º do ano. Deste às 7h da manhã, a chamas destroem as casas da favela do Moinho, no bairro Campos Elíseos, região central. Parte do núcleo já havia incendiado em dezembro do ano passado.
O Corpo de Bombeiros registra mais de 500 incêndios em favelas de São Paulo nos últimos sete anos, após o então prefeito José Serra (PSDB) ter acabado com um programa de prevenção a esse tipo de ocorrência. Uma CPI na Câmara Municipal foi criada em abril para investigar os casos. Há suspeita de que os incêndios sejam criminosos, de maneira a “limpar as áreas” para empreendimentos imobiliários ou obras viárias.
A favela do moinho tem aproximadamente 300 barracos. Ainda não há informação de vítimas e desabrigados.
No incêndio de dezembro, o fogo devastou um terço da comunidade, onde moravam cerca de 600 pessoas. O local afetado tinha 6.000 m². Duas pessoas morreram e dezenas de famílias ficaram desabrigadas.
A área onde está a favela do Moinho vem sendo alvo de disputas judiciais entre a prefeitura e os moradores nos últimos anos. Enquanto a administração municipal tenta desapropriar a área e utilizá-la para outros fins, os moradores buscam conquistar o direito de permanecer no local.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

MARCHA PATRIÓTICA: Manifesto de solidariedade a Piedad Córdoba


A nossa América passa por uma mudança de época que se expressa no avanço das democracias participativas, protagonizadas pelos movimentos sociais e populares em um ambiente de inclusão e dignificação econômica. Reconhecemos na diversidade e no dissenso dos partidos, movimentos e plataformas políticas o sustento de sociedades justas.

Neste contexto, o povo colombiano vem impulsionando alternativas sociais e políticas que superem o conflito armado interno e construam a paz com justiça social, como passo imprescindível para a democracia. Surgiu das organizações sindicais, camponesas, estudantis, culturais e lutadores pelos direitos humanos o Movimento Político e Social Marcha Patriótica, que manifesta como principais demandas na sua plataforma política, a necessidade da Solução Política ao conflito armado, uma reforma agrária democrática, a luta pela sustentabilidade ambiental, a instauração de uma democracia participativa e a soberania nacional.

Os ataques contra este movimento popular são ataques contra a democracia, e impedem avançar na consecução da paz, atentando contra as liberdades políticas do povo colombiano. Afirmamos com clareza que se devem respeitar e apoiar todos os esforços democratizadores e participativos que permitam consolidar América Latina como um território de paz.

Diante do exposto, exortamos o governo colombiano a restabelecer os direitos políticos da líder Piedad Córdoba; que se garanta a vida de todos e todas integrantes do movimento Marcha Patriótica e se lhe outorguem as condições necessárias para o exercício da oposição política. Comprometemo-nos a estar atenciosos para evitar qualquer atentado contra os direitos à vida e a participação deste movimento político e da sociedade colombiana em geral.

Chamamos à comunidade latino-americana e mundial a apoiar a busca de uma solução política ao conflito e a solidarizar se com o povo colombiano em sua luta por ampliar a democracia e conquistar garantias políticas e sociais.


América Latina, Setembro de 2012



ASSINAM.
Organizações:

Associação Cultural José Marti - Rio de Janeiro
Casa da América Latina
Central de Movimentos Populares do Brasil - CMP
Centro Brasileiro de solidariedade aos Povos e Luta pela Paz - CEBRA PAZ
Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano - CSPC
Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino - RJ
Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes - CCLCP
Grupo Cultural Colombiano La Pola
Juventude Comunista Avançando - JCA
Juventude Liberdade e Revolução - LibRe
Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo - MMC
Movimentos dos trabalhadores rurais sem terra – MST



Partido Comunista Brasileiro - PCB
Refundação Comunista - RC
União da Juventude Comunista - UJC
Unidade Classista


Pessoas físicas e jurídicas:

Anita Leocádia Prestes - Presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes
Dillyane de Sousa Ribeiro - Estudiante de Derecho de La Universidad Federal de Ceará/Brasil
Edmilson Costa - Secretário de Relações Internacionais do PCB
Edson Antonio Albertão – Professo, Guarulhos São Paulo
Geraldo Martins de A. Filho - PCB-SP
Heloísa Fernandes - Socióloga
Hiran Roedel - Diretor do Sindicato dos Professores do RJ
Ivan Pinheiro - Secretário Geral do PCB

M. Ec. Antonio Elías - Universidad de la Republica, Uruguay
Marcelo Braz Moraes dos Reis
Mauro Iasi - Presidente da Associaação dos Docentes da UFRJ
Milton Pinheiro - Professor de Ciência Política da Universidade do Estado da Bahia/Brasil e editor da revista teórica NOVOS TEMAS.
Milton Temer - Jornalista
Osmar do Amaral Barbosa - Em arte, Osmar Prado
Paulo Illes - Militante por los derechos de los y las migrantes
Roberto Leher - Professor faculdade de educação da UFRJ, Brasil.
Socorro Gomes - Presidente do Cebrapaz


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Juventude LibRe de Cotia convida para debate sobre a ditadura militar no Brasil

No próximo dia 25/08, sábado, o núcleo da Juventude LibRe de Cotia organizará um debate sobre os tempos da ditadura militar no Brasil. Dentre os temas do debate, repressão e luta armada configuram como um dos principais motes do bate-papo.

Estão todas e todos convidados!


quinta-feira, 19 de julho de 2012

4 anos de luta da Juventude LibRe

                                                
                                            "Eu acredito na transformação radical e na revolução social" - Trecho de canção feita por militantes da LibRe

São apenas quatro anos de história desde que o primeiro grupo de militantes organizasse em julho de 2008, em Florianópolis, a Juventude Liberdade e Revolução. Na ocasião encontravam-se diversos agrupamentos, coletivos e partidos no Fórum de Unidade dos Comunistas.

A juventude ali presente, empolgada pela agitação que se dava no encontro, optava por um modelo organizativo que pudesse contribuir para as lutas da juventude com os movimentos sociais, populares, de cultura e pelos jovens trabalhadores e na luta pela construção do socialismo.

Pouco a pouco damos nossos passos e crescemos como instrumento de tranformações por uma sociedade mais justa. Defendemos a valorização radical do ser humano sobre as imposições do capital e o modo social vigente, que prega a supervalorização das mercadorias sobre as pessoas.


Lutamos contra as todas opressões... contra o racismo, machismo, homofobia, xenofobia! 

Defendemos um modelo de Estado que seja laico!

Defendemos a auto-determinação dos povos e somos contrários aos golpes, intervenções militares e/ou econômicas perpretadas pelo imperialismo e pelas classes dominantes mundiais, como o embargo em Cuba! 

Rechaçamos o recente golpe no Paraguai, assim como não esquecemos as intervenções da OTAN na Líbia (2011), o ataque em Honduras (2009) e inclusive a ação militar brasileira até hoje presente no Haiti! Além de outras tantas tentativas de desestabilizar governos democraticamente eleitos, como na Venezuela (2002), Bolivia (2008) e Equador (2010)!

Lutamos pela instalação de uma Comissão da Verdade que apresente punição real aos interventores durante o período da ditadura militar no Brasil, indenização às famílias e o direito a memória com a abertura dos documentos!

 Rechaçamos as ações da repressão violenta ao povo pobre e trabalhador, em geral nas periferias, onde a polícia mata e o Estado não vê. Principalmente a juventude tem sido alvo de ataques, bem como da perseguição aos movimentos sociais e violações aos direitos humanos!



terça-feira, 26 de junho de 2012

LibRe repudia GOLPE de Estado no Paraguai e apoia a luta pelo restabelecimento da democracia

Expressamos aqui e em todos nossos meios o repúdio ao Golpe de Estado aplicado por forças reacionárias, ligadas ao latifúndio e agronegócio e de extrema-direita, que  tentam barrar avanços progressistas como a reforma agrária no Paraguai. Isso se deu tão rapidamente, não por coincidência ou ocasião, mas pelo arranjo do potencial imperialista em tomar o controle dos países da América Latina por meio de golpes e ataques diretos à soberania e autodeterminação dos países da região.

Repassamos a nota do Movimento Pró-Frente apresentada ao povo e aos lutadores no dia 22 de junho, quando as primeiras notícias eram dadas, e apoia os setores progressistas e comprometidos com o caráter intenacionalista da luta de classes a construirem atos, manifestações, comitês etc. que lutem pelo restabelecimento da democracia e retorno do presidente eleito, Fernando Lugo, ao poder.

Ato realizado por movimentos sociais e organizações políticas contra o Golpe no Paraguai no último dia 25 de junho

Paraguai: Golpe não!
A resistência é de todos nós.
Para o Movimento Pró-Frente (Brasil), as recentes medidas adotadas pelo Congresso Nacional paraguaio contra o Presidente Fernando Lugo, e a posse do senhor Franco, tem o nítido caráter de um golpe de Estado da extrema direita. O Presidente foi eleito democraticamente e seu mandato só se encerra em agosto de 2013. As evidências da farsa legislativa, que culminou na retirada de Lugo da Presidência, por suposto “mal desempenho de suas funções” são muitas, entre elas, destacam-se: a ausência de provas, o rito sumaríssimo e o sequestro do direito de defesa. O tragicômico simulacro de “juicio político” encenado pelo parlamento mais corrupto das Américas, violou todas as tornas processuais e concedeu menos de 24 horas para o Presidente Lugo preparar e apresentar sua “defesa”.
Entre variadas mentiras, há uma acusação verdadeira, que é a de “colocar-se ao lado dos trabalhadores sem terra”. Na realidade, o governo Lugo propunha reformas sociais pacíficas e, de fato, negava-se a massacrar os camponeses em sua justa luta pela Reforma Agrária e recuperação das “tierras malhabidas”, o que só depõe a favor do caráter democrático do Presidente derrubado.
O pretexto para o golpe foi uma provocação orquestrada pela direita em 15 de Junho em Curuguaty perto da fronteira com o Brasil, em que um grupo de elite da polícia política – Grupo Especial de Operaciones, GEO, treinado nos marcos do “Plano Colômbia” – atacou em uma emboscada camponeses sem terra, resultando na morte de 17 pessoas – 11 camponeses e 6 policiais, entre os quais o chefe da GEO, comissário Erven Lovera, além de mais de 50 feridos graves.
As forças reacionárias que tramaram contra a vontade majoritária da população são as mesmasque sustentaram ditaduras ao longo de décadas. Entre as principais lideranças golpistas encontram-se pessoas como: o golpista histórico Lino Oviedo, o narcoempresário Cartes, o fraudador de eleições Galaverna, o dono do monopólio privado dos meios de comunicação Aldo Zuccolillo e Candia Amarilla, este último atual Ministro do Interior é conhecido repressor e criminalizador das lutas populares desde os tempos em que liderava o Grupo de Acción Anticomunista – GAA, durante a longa ditadura militar de Alfredo Stroessner – 1954-1989.
Os golpistas são membros das oligarquias latifundiárias – associados às transnacionais, como a Monsanto e a Dow Chemical –, que desprezam a vontade popular, conspiram para derrubar Lugo desde sua posse e impedem medidas avançadas no Paraguai, em especial a Reforma Agrária. Enfim, são setores historicamente antidemocráticos, direitistas e aliados ao imperialismo, em particular ao estadunidense.
Diante deste quadro, o Movimento pró-Frente:
· rechaça as manobras golpistas, adotadas pelos setores reacionários do Paraguai, e a tentativa de interromper um processo legítimo que busca reformas no País;
· manifesta sua a solidariedade, e o seu apoio, ao Presidente e ao povo paraguaio;
· uni-se às vozes antigolpe e convoca as organizações democráticas, progressistas e populares – do Brasil e do Continente – a rechaçarem o golpe de estado e lutarem para garantir que o presidente Fernando Lugo cumpra integralmente seu mandato;
· coloca-se junto à resistência e nas lutas em defesa de melhores condições de vida para os irmãos paraguaios;
· conclama os governos democráticos do Continente a tomarem medidas que garantam a volta de Fernando Lugo à Presidência do Paraguai e a formação de um gabinete presidencial disposto a enfrentar o golpismo e a crise, com pessoas provadas por sua lealdade e sua luta em defesa das liberdades democráticas e das transformações sociais;
· põe-se à disposição do povo paraguaio, e de seu legítimo presidente, para colaborar, no que julgarem necessário, na sua justa luta.
Como é de conhecimento de todos, há muito, o imperialismo está incomodado com os avanços democráticos e a ascensão de governos progressistas na América Latina e Caribe. Com tais mudanças, vem sendo possível uma crescente unidade política em temas regionais – especialmente na resistência ao domínio dos Estados Unidos.
Por isso, são constantes as ameaças, as provocações e os ataques da Casa Branca. De lá vem o aumento das ações intervencionistas, o desrespeito à soberania de países da Região; e o acirramento das chamadas “medidas preventivas”, de que são emblemáticos: o golpe de Estado em Honduras e as tentativas de golpes na Venezuela, Bolívia e Equador, derrotados pela resistência popular; a reativação da IV Frota para atuar na América do Sul; a multiplicação das bases militares estadunidenses em nossos territórios e da malfadada “cooperação militar”; o incentivo à corrida armamentista e a manutenção do “bloqueio” e das agressões contra Cuba.
Sendo assim, para o Movimento Pró-Frente o golpe de estado não é um fato que se restrinja às fronteiras paraguaias. Trata-se de uma ação que visa manter e reforçar a dominação imperialista no Continente. Para tanto, contou, e conta, com respaldo direto do imperialismo americano – como fica evidente na posição do Departamento de Estado dos EUA de “respeitar o processo contra o presidente Lugo”. Não é à toa que, imediatamente após o golpe, o mesmo Departamento, em nota oficial, reconheceu como legítimas as atitudes do Congresso paraguaio.
 Para o Movimento Pró-Frente, é preciso denunciar o golpe e lutar para derrotá-lo e impedir qualquer retrocesso político e social – dentro e fora do Paraguai.
Para nós, a melhor forma de barrar o conservadorismo é realizar e aprofundar reformas que interessem as grandes maiorias nacionais. Para tanto, é urgente construir a unidade dos segmentos comprometidos com os trabalhadores e o povo, com a soberania e os interesses nacionais, com avanços e progressos sociais e com os direitos e as liberdades democráticas. Só com a mobilização e organização popular será possível sustentar governos que queiram impulsionar processos de transformação social, por mais moderados que sejam. Assim, unidos, será possível derrotar a reação e construir, a partir de cada país, a Pátria Grande de que nos falou Bolívar.


Brasil, 22 de junho de 2012.
Movimento Pró-Frente (Brasil):
Brigadas Populares – BP,
Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes – CCLCP,
Partido Comunista Revolucionário– PCR,
Refundação Comunista (Brasil) – RC e
dirigentes e militantes políticos.

Candidatura do companheiro Wesllen é homologada em Cotia!

A candidatura do nosso camarada Wesllen I.D.L a vereador em Cotia (região metropolitana de São Paulo) foi finalmente homologada. Wesllen é liderança dos movimentos populares em Cotia, e estará representando a Juventude LibRe no próximo pleito municipal.

"A candidatura não pertence a mim, nem a um grupo específico de pessoas. Durante a campanha estaremos empenhados em representar os movimentos sociais de Cotia, em especial os movimentos de juventude e dos estudantes. Queremos fazer de nossa candidatura um grande fórum popular de discussão de propostas sobre a Cotia que queremos para o futuro dos jovens. Mas não só isso. Vamos fazer uma grande discussão com toda a população... Não queremos cair nos velhos vícios da velha política, no clientelismo e no assistencialismo. Conforme aponta o camarada Che Guevera, nossa ação será no sentido do aumento do acúmulo para os movimentos de Cotia e, especialmente, compreensão do mundo que nos rodeia", disse o futuro candidato.

Wesllen I.D.L. é estudante e morador de Cotia há mais de 25 anos. Trabalhou  no IBGE e hoje faz Ciências Sociais na USP, curso para o qual ele batalhou muito para entrar, uma vez que as universidades públicas são elitizadas e dão poucas chances para estudantes pobres e da periferia como ele. Ele também é músico e ativo no movimento Hip-Hop.

Fiquem atentos para mais informações e para o calendário da campanha!


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Debate: A luta das mulheres na comunidade

No próximo domingo (27/05), a LibRe vai realizar um debate e convida a todas e todos para  uma discussão que passará pela questão de gênero, violência contra a mulher e as várias formas de organização das mulheres. Participe!!!

 
O local é na Rua Francisco Alves, 440, bairro Mirante da Mata. O horário é 13hs.



terça-feira, 15 de maio de 2012

Esculacho à ditadura - Juventude que luta pela memória e pela verdade!



Nesta última segunda-feira (14/05) ocorreram diversas manifestações de esculachos (ou escrachos) em vários estados aos torturadores da ditadura militar no Brasil, onde a intenção é mobilizar o conjunto da sociedade pela atuação em prol da justa memória dos lutadores e lutadoras, no obscuro período de 1964 a 1985.

A juventude tem protagonizado e ido às ruas protestar contra a impunidade aos atores diretos e indiretos da época, que vão desde torturadores já identificados até grupos empresariais que apoiaram e seguem subsidiando a manutenção de uma cortina de fumaça sobre a realidade.

Movimentos sociais, coletivos, partidos e indivíduos tem se mostrado ativos na cobrança e no andamento dos processos da Comissão Nacional da Verdade com muitos atos, que surgiram com o chamado e organização do Levante Popular da Juventude.
 
Além deles, já confirmaram presença – com a participação no ato de São Paulo – o Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), jornal A Nova Democracia e a Juventude LibRe. 

 
Alvo em SP: Maurício Lopes Lima, torturador de Dilma e tantos outros


Na cidade do Guarujá, litoral paulista, reside o tenente-coronel reformado Maurício, reconhecido pela presidenta Dilma Roussef como um de seus torturadores enquanto ele atuava na Operação Bandeirante (OBAN).

Na manhã do dia 14/05 cerca de 100 pessoas, dentre elas jovens ativistas e militantes da época, realizaram o protesto contra esse sujeito, mais um que mancha a história de luta e resistência do povo brasileiro. O ato seguiu pacífico do início ao fim. Contou com uma passeata, foram feitas falas em jogral e encenações de algumas práticas dos agentes de repressão, como choque elétrico, pau-de-arara e afogamento.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

1º SEMINÁRIO NACIONAL DE MOVIMENTO ESTUDANTIL DA LIBRE

Salve companheirada de LUTA!!!!

Neste sábado, 12/05, ocorrerá o 1º Seminário Nacional de Movimento Estudantil da Juventude LibRe. O seminário ocorrerá simultaneamente nas cidades de Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP) das 9h às 17h.

Fique atento aos locais de reunião:
Porto Alegre: CPERS Sindicato (Av. Alberto Bins, 480, Centro).
São Paulo: Sala 51 da AMORCRUSP, térreo do Bloco F do CRUSP, Cidade Universitária (ao lado do Bandejão Central).

Venha conosco debater os rumos do movimento estudantil brasileiro!!



quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Marcha Patriótica dos colombianos também é nossa!


Há mais de duzentos anos o povo colombiano luta por independência social e política. Sua história é muito parecida com a dos demais povos latino-americanos, que desde muito tempo estão na batalha por autonomia e autodeterminação. A Colômbia tem sido o cenário de uma das guerras civis mais longas que já se teve notícia. Nesse período, muito sangue já foi derramado e vozes caladas.

É chegada a hora de darmos um basta a tudo isso. É preciso permitir ao povo colombiano a recuperação de sua soberania nacional, rechaçando a invasão estadunidense e buscando um processo de paz com justiça social. Por essa razão, a Juventude LibRe – Liberdade e Revolução, organização de jovens comunistas brasileiros, apóia o processo da Marcha Patriótica que ocorrerá de 21 à 23 de abril de 2012 na Colômbia. Esse movimento é uma iniciativa de diversas organizações colombianas, contando com a amplitude necessária para contribuir numa transformação social que promova a efetiva independência da Colômbia.

Desde o Brasil enviamos nossos sinceros cumprimentos e desejo de sucesso nessa nova marcha pela libertação! O exemplo de vossa luta nos inspira e anima!

Pátria Livre! Venceremos!

Brasil, 11 de abril de 2012.
Juventude LibRe – Liberdade e Revolução

terça-feira, 10 de abril de 2012

Onde estão os gestos de paz do governo colombiano?

Entrevista com Carlos Lozano - Publicada originalmente no blog da Agenda Colômbia-Brasil


Carlos Lozano é advogado e periodista, diretor do jornal comunista VOZ, membro do Comitê Central do Partido Comunista Colombiano e da organização Colombianos e Colombianas pela Paz. Ele fez parte de uma equipe de conselheiros no tema de paz, nos diálogos do “Caguan”, entre a guerrilha das FARC-EP e o governo da Colômbia, nos anos de 1998-2002. Lozano é um dos colombianos que mais tem estudado sobre processos de paz, tem escrito numerosos livros e artigos sobre a temática e conta com uma vasta experiência como facilitador de processos de paz na Colômbia.


Nos últimos dias de março a Agenda Colômbia-Brasil encontrou-se com Lozano, na cidade de Rio de Janeiro, na qual este estava participando de um evento internacional. Nesse momento da entrevista a conjuntura colombiana apontava para a liberação de forma unilateral, dos 10 prisioneiros de guerra que ainda estavam em poder FARC-EP, realizada em dia 2 de abril e muitas organizações sociais e de direitos humanos realizavam exigências ao governo de Juan Manuel Santos para verificar a situação nas cadeias onde estão os presos políticos.

Carlos Lozano acredita nas possibilidades da construção da paz na Colômbia e nos mostra a urgência dessa construção.

Agenda Colômbia-Brasil: Como você vê as possibilidades de um processo de paz na Colômbia?

Carlos Lozano: Bom, o que fica claro é que na Colômbia para resolver o conflito social e armado, que existe há mais de cinco décadas, só é possível fazê-lo pela via política, pela via do diálogo, sobre a base de soluções democráticas, de uma abertura social, progressista, que erradiquem as causas do conflito, as causas históricas e as causas mais recentes que afetam os tecidos sociais e a precariedade da democracia em Colômbia. Historicamente têm-se feito muitos esforços a partir da guerrilha e a partir da esquerda a fim de abrir um caminho para o diálogo, para a solução política democrática do conflito. Mas, sempre se há tropeçado com as resistências da classe dominante em aceitar as mudanças de fundo. O que eles querem é uma paz de graça, querem a desmobilização da guerrilha, mas sem produzir as mudanças que são necessárias para fortalecer a democracia e a justiça social.


A.C: A oligarquia colombiana mantém resistência quanto a um diálogo que implique uma paz com justiça social?

C. L: Desde esse ponto de vista as coisas não mudaram muito na Colômbia, estamos quase como se a historia tivesse sido detida. A oligarquia colombiana mantém essa resistência de um diálogo que implique uma paz construtiva, uma paz com democracia e com justiça social. Mas não tenho a menor dúvida que em médio prazo vai impor-se uma saída para o diálogo, um espaço para o diálogo. Esse é o cenário previsível para os próximos meses, porque, sem dúvida, depois de mais de meio século de conflito, de uma guerra degradada, não fica mais alternativa tanto para o governo como para a insurgência, que a de buscar essa possibilidade de acercamento, de superar as desconfianças recíprocas para que com o acompanhamento da sociedade colombiana, e porque não, da comunidade internacional, se possa abrir um diálogo sobre a base de uma agenda política e social concreta em transformações.


A.C: À classe dominante lhe convém a paz…


C.L: À classe dominante colombiana, à oligarquia colombiana, lhe convém a paz porque a maior quantidade dos recursos públicos, dos recursos do Estado, além da suposta ajuda dos Estados Unidos e dos outros países, estão sendo destinados para guerra. Tamanhos recursos são quase mais de 8% do produto interno bruto, o equivalente do que inverte o país de seu próprio orçamento, mais as ajudas para a guerra, está se chegando a cifras de 8% do produto interno bruto, que poderia ser melhor convertido na satisfação das necessidades sociais represadas, em um país que tem o “recorde” de ser o terceiro país com maior desigualdade, um país no qual existem os maiores índices de concentração da propriedade sobre a terra e onde existem poucos grupos econômicos, cinco ou seis grupos que monopolizam toda a produção industrial, que têm os melhores negócios nos setores financeiros. Esta é uma situação insustentável.

Semelhantes situações, mesmo para estes grupos dominantes, se convertem em uma espécie de entrave para o crescimento da economia. Então, se requer a paz, mas a paz com democracia, com justiça social. Não se pode pensar que a paz precisa existir para manter o status quo.

Eu acredito que estamos às portas de um melhor ambiente. Enquanto exista o conflito estaremos levados a situações trágicas, a confrontações, a situações que são lamentáveis nacional e internacionalmente. Mas, de todas as maneiras, acredito que estamos em um novo espaço, em um momento distinto da vida política nacional, em que o tema da paz e da guerra vai ocupar a agenda do governo nacional, dos partidos políticos, das organizações sociais e também da comunidade internacional que estiver atenta ao processo colombiano.


A.C: Agora com a entrega unilateral dos prisioneiros de guerra evidenciou-se também o tema de prisioneiros políticos e presos de opinião. Como está esta situação?

C.L: É curioso que o governo colombiano reconheceu a existência do conflito depois que o governo Uribe não a reconhecia, então Santos deu um passo supostamente audaz de reconhecer que na Colômbia existe um conflito. Mas, o reconhecimento do conflito tem as suas implicações: há uns combatentes, há outros não combatentes; é necessário estabelecer o princípio de distinção entre uns e outros. Há que aplicar o direito internacional humanitário e é preciso reconhecer que a única via de resolução do conflito é a via política do diálogo e não a da confrontação armada. Mas, o governo, mesmo que reconheça o conflito, não dá esse passo. É aí que vemos que o governo não reconhece a existência de presos políticos, de prisioneiros de guerra. Que eles existem sabemos, pois há combatentes, há presos políticos que são de consciência, presos de opinião, companheiros e companheiras que foram detidos em suas atividades sindicais, sociais; integrantes de partidos da esquerda que são levados aos estrados judiciais, sindicados como amigos e colaboradores da guerrilha. Processam-lhes por rebelião que é um delito tipicamente político, quando não lhe estendem a outro tipo de delitos, acomodados para sustentar com mais força estes processos judiciais arranjados. Assim, este é um tema que o governo tem que aceitar e, sobretudo neste momento que a guerrilha tem feito mais gestos humanitários.


A.C: Os gestos de paz da guerrilha das FARC…

C.L: A guerrilha das FARC derrogou a lei 002, que era a que estabelecia as retenções por razões econômicas. Está entregando 10 membros da força pública que são os últimos que estavam em seus poder, que em todos os últimos anos, ao largo de décadas, haviam mantido em qualidade de prisioneiros de guerra. Então, são gestos de paz que ajudam a diminuir a intensidade do conflito.

A.C: E os gestos de paz do governo…

C.L: Onde estão os gestos de paz do governo, quando nem sequer se reconhece a existência de presos políticos, enquanto se mantém a política neoliberal de liquidação das conquistas dos trabalhadores, do povo e do agravamento das más condições de vida. Enquanto seguem as privatizações, enquanto segue as ofensivas contra a esquerda, a violação aos direitos humanos, as Nações Unidas pronunicaram que seguem as execuções extrajudiciais, que não são outra coisa do que chamamos “falsos positivos”. Então: onde estão os gestos de paz do governo? Aí é onde enfocamos (planteamos).

Por isso, desde Colombianos e Colombianas pela Paz temos dito ao governo que o mínimo que pode fazer, uma vez se produzam as liberações, é permitir as visitas da missão humanitária internacional às prisões. Assim, poderão verificar em lócus qual é a situação dos presos políticos e dos prisioneiros de guerra na Colômbia. Isto é muito importante que o país e a comunidade internacional conheçam, não somente como problema de agitação e de publicidade, se não para que o governo poda introduzir mudanças nas prisões. É preciso que humanizem as cadeias colombianas, que lhe dêem dignidade a quem está encarcerado, não somente por delitos políticos, mas também por outro tipo de delitos. As prisões realmente são masmorras que se converteram em espaços vulneráveis para os direitos humanos. Isto foi dito pelas Nações Unidas e pela Defensoria do Povo, não é um discurso da esquerda somente. Assim, é a hora de que o governo atenda isso e faça os gestos de paz. Santos diz que tem em suas mãos as chaves da paz, mas elas não funcionam, nem sequer para fazer gestos similares aos que está fazendo a guerrilha colombiana neste momento.


A.C: A respeito das relações de solidariedade política internacional, que papel você acha que poderia fazer o Brasil para contribuir à um processo de paz e para a situação que vive a Colômbia?

C.L: Basicamente eu diria que são três de ordem geral para a solidariedade internacional e um agregado, que são: O respaldo às organizações sociais colombianas que estão propondo (planteando) a paz, não somente “Colombianos e Colombianas pela paz” que é, talvez, a mais conhecida, mas há outras, múltiples organizações que trabalham nesse sentido e é necessário apoiá-las. A comunidade internacional deve respaldá-las e fazer chegar até elas a suas vozes de alento, na exigência de que é preciso parar a guerra na Colômbia e abrir um cenário de paz, de diálogo, de saída política da crise colombiana. Em segundo lugar o tema dos direitos humanos, na Colômbia seguem sendo violando os direitos humanos com os deslocados pela violência, o tema dos dirigentes da esquerda, dirigentes sindicais ameaçados, que estão sofrendo atentados e perseguições por parte de organismos de inteligência do estado. Terceiro, o tema dos presos políticos na Colômbia. Há quase nove mil presos segundo dizem as organizações de solidariedade e que estão esquecidos do mundo, porque quase ninguém fala da situação deles, é como se não existissem, mas, realmente, estão em situações precárias. Nestes dias estiveram em greve de fome, chamando a atenção do país e do exterior, sobre a situação que padecem e exigindo as visitas humanitárias.


A.C: E o agregado?

C.L: O agregado é para o caso concreto do Brasil. O Brasil tem se mostrado disposto a colaborar no tema de paz e no tema humanitário, vêm aportando os helicópteros e a logística. Desde esse ponto de vista merece o nosso reconhecimento, nosso agradecimento porque é um gesto de solidariedade para que estas missões humanitárias possam se realizar. Mas, ao mesmo tempo está vendendo armas ao estado colombiano. Armas que estimulam a guerra e a confrontação. Os aviões tucanos são dos que mais se utilizam nos bombardeios de terra arrasada na Colômbia, não somente para destruir a guerrilha, se não também para inundar de bombas, de toneladas de bombas o campo colombiano, sem importar que aí existem camponeses, agricultores, que existem aí propriedades de pequenos agricultores e que esta destruição não é somente da vida das pessoas, mas também das suas vivendas, dos animais, contaminando todo o ambiente na selva colombiana.

Assim, o Brasil não pode auspiciar isso. Em lugar de vender armas ao estado colombiano para a guerra o que deve é vincular-se às comissões de apoio, de verificação, de promoção do diálogo e da saída política. Sendo assim, atores da paz na Colômbia, mais do que atores da guerra.


Agenda Colômbia-Brasil
A Solidariedade é dos Povos!!!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Ato Político-Escracho à ditadura militar no Brasil

A Juventude LibRe compôs o ato político em repúdio aos crimes cometidos durante ditadura militar no Brasil. A atividade se deu na forma de escracho aos assassinos, torturadores e pessoas que contribuíram com os cruéis episódios que tanto persistem na memória dos lutadores e do povo.


Em São Paulo o alvo das ações foi David dos Santos Araujo, acusado de matar, torturar e estuprar à época. Movimentos sociais como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Via Campesina e MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) também construiram a manifestação, assim como a protagonista organização camarada Levante Popular da Juventude.

terça-feira, 20 de março de 2012

Em defesa do Rio Uruguai

Entidades ambientalistas gaúchas e movimentos sociais entregaram ao Governador do Estado do RS, Tarso Genro, no dia 14 de março, dia Nacional de Mobilização Contra as Barragens, Carta aberta sobre o impacto das hidrelétricas especialmente em relação ao Rio Uruguai. A próxima batalha é a Audiência Pública sobre a UHE Pai-Querê de Bom Jesus, no dia 22 de março. Entre nessa luta!


                                                                                 
Porto Alegre, 14 de março de 2012


Excelentíssimo Senhor Governador Tarso Genro,

 

Oba! viva! veio a enchente
O Uruguai transbordou
Vai dar serviço pra gente
Vou soltar minha balsa no rio
Vou rever maravilhas
Que ninguém descobriu
Amanhã eu vou embora pros rumo de Uruguaiana
Vou levando na minha balsa cedro, angico e canjerana
Quando chegar em são Borja, dou um pulo a Santo Tomé
Só pra ver as correntinas e pra bailar um chamamé
Se chegar ao salto grande me despeço deste mundo,
Rezo a Deus e a São Miguel e solto a balsa lá no fundo
Quem se escapa deste golpe, chega salvo na Argentina
Só duvido que se escape do olhar das correntinas
(Balseiros do rio Uruguai- Barbosa Lessa)

 

O Rio Uruguai é um elemento importantíssimo para a identidade regional. O rio está muito presente e enraizado na memória coletiva Gaúcha, como ilustrou Barbosa Lessa, enquanto um curso d’água de corredeiras, ornado de florestas, de cheias e baixas sazonais, que desafiava, em sua doma, os antigos balseiros. Mesmo assim, dele dependem ribeirinhos, pescadores, camponeses e suas agriculturas, e piracemas e os animais silvestres, em suas travessias. Hoje em dia, partes do Rio “Uruguay” e seus tributários já não contam com tantas de suas belezas, presentes nas nossas músicas, histórias e poesias. Ele já não é mais livre para correr, na sua dinâmica natural de cheias e baixas, pois tem seu volume e ciclos alterados por 6 grandes hidrelétricas que existem ao longo da bacia deste rio. Em diversos pontos do rio, hoje, pairam lagos, praticamente mortos, com águas paradas, sem os peixes característicos (dourado, grumatã, surubim, etc.) e sem a oxigenação de suas corredeiras. Mas o dourado, as corredeiras, as florestas, os pescadores e campesinos ainda vivem no rio Uruguai!

O ponto de saturação de empreendimentos hidrelétricos é uma realidade. Não é mais possível tantas barragens, impedindo o curso livre de um rio, matando a paisagem natural e a biodiversidade. Toda vez que há um leilão para definir o consórcio que irá construir um novo empreendimento em sua bacia, sentimos como se nosso Rio Uruguai estivesse sendo, ele mesmo, leiloado. E isso, infelizmente, está se tornando regra no Brasil. E para que e para quem servem essas barragens?

As usinas hidrelétricas são formas “baratas” de se obter energia, principalmente porque sua forma de produção serve ao parque exportador de matérias primas (commodities, como ferro, alumínio, cimento, etc.) de gigantescas empresas do Setor Elétrico, que usam a própria natureza do rio para seus lucros. Essas concessionárias têm sua construção financiada por dinheiro público (BNDES) (resultado, portanto, do FGTS) e, de quebra, recebem concessões de energia gerada, por até 30 anos! Ou seja, recebem muitos dividendos, produzindo muito pouco para o desenvolvimento do País e para a redução dos custos de vida do trabalhador. O preço da energia para elas é subsidiado, sendo quase dez vezes menor do que o preço pago pela população, e, ainda por cima, são levados daqui nossos recursos naturais, a preços ínfimos.

O complexo Garabi-Panambi (Brasil/Argentina), se levado a cabo, poderá afetar mais de 50 mil pessoas, inundando áreas importantíssimas de 22 municípios (Alecrim, Dr. Mauricio Cardoso, Novo Machado, Porto Mauá, Santo Cristo, Tucunduva, Tuparendi, Crissiumal, Derrubadas, Esperança do Sul, Tiradentes do Sul, Garruchos, Santo Antonio das Missões, São Nicolau, Pirapó, Roque Gonzales, Porto Vera Cruz, Porto Lucena e Porto Xavier). Em Derrubadas, temos o Parque Estadual do Turvo, e com a usina de Panambi, pelo menos 10% (1.750 ha) do parque seriam destruídos, representando mais de 2 milhões de árvores (quantidade maior do que toda a arborização de Porto Alegre.), além de afetar irreversivelmente o Salto do Yucumã, o maior salto longitudinal do mundo. Isso resultaria numa significante perda para a unidade de conservação florestal mais antiga e importante do Rio Grande do Sul, único local do estado que ainda abriga espécies ameaçadas como a onça, a anta, o tapiti, entre outros.

No vale do rio Pelotas (nascente do Uruguai), a maior ameaça é representada pela Hidrelétrica de Pai-Querê (292 MW), transformando mais de 100 km de rios com corredeiras em águas paradas. Poderia causar extinção de dezenas de peixes e organismos de águas correntes, e provocar perda de 4 mil hectares de florestas com Araucária, no último habitat do queixada (Tayassu pecari).

É bom lembrar que o alto impacto socioambiental, da maior parte dos grandes empreendimentos hidrelétricos, envolve um alto nível de exploração dos trabalhadores da construção da barragem, na maioria das vezes, vindo de regiões distantes, os quais não têm seus direitos trabalhistas assegurados. Há denúncias de trabalho escravo nos próprios canteiros de obras das represas e também denúncias de exploração sexual, nas redondezas das obras, para acalmar grande número de trabalhadores distantes de suas famílias.

Embora o Brasil tenha passado por diversas mudanças positivas no contexto das leis ambientais, desde a década 1970, as mesmas são desconsideradas nos empreendimentos em implementação pelo governo atual, uma vez que estes são pautados, em sua maioria, pelos projetos do regime militar. E isso tudo ocorre na “ante-sala” da Rio +20...

Necessitamos de Áreas Livres de Barramentos e Respeito aos avanços da Legislação Ambiental Brasileira e proteção dos Direitos Humanos! Precisamos Rediscutir a Matriz Energética Brasileira e para onde vai esta energia, buscando as alternativas de geração realmente mais sustentáveis, defendendo os ribeirinhos e a biodiversidade de nossos rios, para continuarmos a cantar as belezas das paisagens e transmitir a cultura das populações que habitam a região da Bacia do Rio Uruguai e outras regiões brasileiras.

Respeitosamente

Apedema – Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente - RS

GTUP – Grupo de Trabalho Universidade Popular

MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens

InGá – Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais

AGAPAN – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural

ASPAN – Associação São-Borjense de Proteção ao Ambiente Natural

Comitê Gaúcho em Defesa da Biodiversidade e do Desenvolvimento Sustentável

NAT/Brasil – Núcleo Amigos da Terra/ Brasil

Mira Serra/Projeto Mira-Serra

CEA- Centro de Estudos Ambientais

UPAN - União Protetora do Ambiente Natural

Instituto Orbis

Grupo Maricá

MoGdema – Movimento Gaúcho em Defesa do meio Ambiente

Levante Popular da Juventude

União da Juventude Comunista

Juventude Comunista Avançando

Juventude LibRe – Liberdade e Revolução

Movimento Rio Uruguai Vivo

Diretório Acadêmico do Instituto de Biociências - UFRGS