quarta-feira, 18 de novembro de 2015

ELEIÇÕES DCE UFRGS 2015 | Posição da Juventude Liberdade e Revolução sobre a participação e apoio no processo


Nos dias 24, 25 e 26 de novembro ocorrerão as eleições para o Diretório Central de Estudantes da UFRGS. Cinco chapas concorrem à gestão da entidade e já vêm se movimentando dentro da Universidade.

Achamos pertinente justificar nossa decisão de não compor nenhuma chapa para essas eleições, entendendo que isso pressupõe uma responsabilidade que excede nossas possibilidades de atuação, sendo prova disso o fato de não termos conseguido nos dedicar na construção de uma chapa da maneira que acreditamos ideal.

Compreendemos que um DCE tem como principal função a organização estudantil, congregando Diretórios e Centros Acadêmicos e o conjunto de estudantes da Universidade, para avançar nas conquistas dentro e fora do espaço universitário. Nesse sentido, acreditamos que uma configuração de chapa que se pretende ampla e plural deve surgir de um esforço coletivo de aproximação de grupos, entidades, organizações e, especialmente, estudantes independentes, dando espaço e voz a todos e todas que desejam ser sujeitos da mobilização estudantil. Pensando nisso e sem vislumbrar esse movimento de aproximação e ampliação em nenhuma das chapas, optamos por não nos colocarmos em nenhuma delas.

Consideramos que para enfrentar as políticas  conservadoras e de retirada de direitos que vivemos em 2015 e se acirrarão no próximo ano, se faz necessária a construção de um movimento estudantil participativo e forte, seja através dos diretórios e centros acadêmicos ou de um DCE que cumpra o papel de articulador da mobilização desde a base. Assim, entendemos que a chapa 5 “Lado a lado somos muito mais” é a que melhor expressa, em suas pautas e propostas, aquilo que defendemos para o DCE: a mobilização contra os cortes na educação, o combate às opressões, a luta pelos direitos estudantis e a defesa da educação pública, gratuita e de qualidade em direção a construção de uma Universidade Popular.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Escolas em SP: Alckmin fecha, alunos ocupam


Estudantes e professores, em São Paulo, ocuparam duas unidades de ensino em protesto contra o fechamento de 94 escolas da rede estadual. Após vários protestos que ocorreram nos últimos dias, os alunos das escolas Fernão Dias Paes, em Pinheiros, e Escola Estadual de Diadema, que fica neste município, decidiram ocupar estes espaços. A água foi cortada e a PM cercou a região, tendo registro da utilização de gás de pimenta para reprimir as mobilizações.

Os manifestantes prometem ficar no local até que o governo estadual volte atrás na decisão. O governador Alckmin anunciou o fechamento das unidades de ensino a como parte do plano de "reorganização escolar". Com a diminuição das unidades, a superlotação de salas aumentará e a demissão e redução de salários de professores, sobretudo de contratados emergencialmente, deve acontecer.

A situação precária do ensino público paulista é flagrante e, mesmo assim, o governo tucano anunciou a medida sem qualquer consulta ou discussão com a comunidade escolar. Neste ano cerca de 3.390 salas de aula foram fechadas e muitas iniciaram o ano letivo com até 60 alunos por classe.

Todo apoio aos estudantes, docentes e movimentos populares que lutam contra este projeto de precarização do ensino promovido pelo governo tucano!



terça-feira, 10 de novembro de 2015

Vídeo mostra encontro de formação da LibRe - Assista!

Entre os dias 31/10 e 2/11 de 2015 aconteceu um encontro nacional de formação política da Juventude Liberdade e Revolução (LibRe). Os estudos e discussões passam pelo processo de formação militante fundamentais às lutas por transformação radical da sociedade. Assista!


sexta-feira, 6 de novembro de 2015

8/11: Participe dos atos Fora Cunha e Contra o ajuste fiscal


No próximo domingo (8/11), a população vai às ruas em diversas capitais e cidades de todo país para manifestar seu repúdio ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e à política do ajuste fiscal que promove um ataque intenso aos direitos e conquistas dos trabalhadores e da população mais pobre. 

Cunha se transformou no inimigo público da juventude ao impor uma agenda conservadora ao Congresso e realizar manobras de viés golpista, como foi na votação pela redução da maioridade penal. O deputado, que está envolvido na operação Lava Jato e é acusado de receber UR$ 5 milhões, quer ainda aprovar o PL 5069/13 que criminaliza o aborto em casos de estupro, um violento ataque às mulheres.

A proposta de ajuste fiscal como quer o governo federal é o resultado de uma política de austeridade diante da crise econômica. Na prática a ideia é repassar a conta aos trabalhadores. A edição das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665 dificultou o acesso ao seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso e os cortes no orçamento atingiram áreas como educação, habitação e saúde.

Dia 8/11 diremos um sonoro #ForaCunha e #NãoaoAjuste. Participe!



quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ativistas realizam ato em SP para homenagear Marighella, nesta quarta, 4


Manifestação ocorre no local onde ele foi executado pela ditadura 

Por Lúcia Rodrigues

Ativistas de direitos humanos, ex-presos políticos e parentes de vítimas da repressão militar participam de uma homenagem a Carlos Marighella, o comandante da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização de resistência à ditadura, nesta quarta, 4, às 10h, em frente ao número 815 da alameda Casa Branca, nos Jardins, zona sul da capital paulista.

No local, há 46 anos, no dia 4 de novembro de 1969, forças da ditadura militar fuzilavam, em uma emboscada liderada pelo delegado-torturador Sérgio Paranhos Fleury, o comunista Carlos Marighella.

Considerado pelos militares o inimigo número um da ditadura, o baiano de Salvador, além do ativismo político também incomodava o regime com a caneta. Desde jovem escrevia poemas com denúncias sociais. Um deles lhe causaria sua primeira prisão no início da década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas.

Filho de um operário italiano e neto de escravos por parte de mãe, uma baiana negra, Marighella enfrentou as adversidades com determinação. Tinha no sangue a indignação e a valentia para a luta.  Não hesitou em comandar a resistência armada quando houve o fechamento do regime. É de sua autoria o livro Mini Manual do Guerrilheiro Urbano, publicado pouco antes de sua morte, com orientações de como agir no combate à ditadura.

Reconhecimento

O governo Dilma oficializou sua anistia post mortem e o Estado brasileiro reconheceu sua responsabilidade na execução do dirigente da ALN. Todo ano, em 4 de novembro, também é realizada uma homenagem na calçada da alameda Casa Branca em frente ao monumento em pedra, erguido no local onde ele foi executado a tiros, para relembrar sua morte.

Esta semana, ativistas repetem a solenidade e reforçam a cobrança pela punição dos torturadores e assassinos que agiram sob a proteção do governo militar. Eles vão lembrar que no último dia 15, o comandante do DOI-Codi paulista, o coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, reconhecido torturador pela justiça e pela Comissão Nacional da Verdade, faleceu sem pagar pelos crimes que cometeu. Durante seu comando à frente do DOI-Codi foram mortos sob tortura pelo menos 45 presos políticos.

Os ativistas também vão rechaçar a homenagem feita pelo Exército ao coronel, no final de outubro, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Eles consideram o ato um insulto contra as vítimas de Ustra e seus familiares.

Do site da revista Caros Amigos

terça-feira, 3 de novembro de 2015

LibRe promove encontro de formação em Porto Alegre


Nos dias 31/10, 1º e 2/11 a Juventude Liberdade e Revolução (LibRe) realizou um encontro nacional de formação política em Porto Alegre, no RS. O evento contou com a participação de militantes, ativistas e independentes de vários estados.

Na manhã de sábado (31/10), os camaradas de diversas regiões do país se encontraram para uma formação e estudos da teoria e planejamento prático no Diretório Acadêmico da Faculdade de Educação (DAFE-UFRGS). Antes do início os jovens puderam interagir através de uma apresentação coletiva e cultural dos jovens da Bahia. Na segunda parte deste dia foi feita uma exposição e debate sobre a importância em se fazer uma análise de conjuntura que dê base para uma atuação firme na realidade.

As principais demandas apontadas para o próximo período dão conta de se inserir nas lutas contra o avanço do conservadorismo no país, que se constitui, por exemplo, através do PL 5069/2013, que criminaliza o direito ao aborto feito por mulheres estupradas, o ajuste fiscal que ataca diretamente trabalhadores, a redução da maioridade penal, os cortes na educação, o Estatuto da Família entre outros.

Já no domingo e na segunda as pessoas tiveram a oportunidade de debater as questões que envolvem a organização como meio capaz de se apontar uma perspectiva transformadora e indicar saídas da atual crise do capitalismo. 
Em todos os espaços foram lidos e comentados textos importantes para a formação crítica da militância. Entre eles estavam Alexandra Kollontai, Marx, Lenin, Simone de Beauvoir, Wilhem Reich e Rosa Luxemburgo.

Veja mais fotos em nossa página no Facebook



quarta-feira, 17 de junho de 2015

54º Congresso da UNE: Unidade popular e democracia são destaques


O 54º Congresso Nacional da UNE (Conune) ocorreu em Goiânia entre os dias 3 e 7 de junho e teve como lema “Em defesa da democracia, dos estudantes e do Brasil”.  Com intenso debate sobre os rumos da entidade que completa 78 anos de existência, os estudantes aprovaram as diretrizes e ações para o próximo período.

A ênfase das discussões foi em torno do papel da UNE nas lutas populares, contra os efeitos da crise e os retrocessos que a classe dominante quer imprimir. Ao lado dos explorados e oprimidos, a UNE deve retomar a sua capacidade de ação nas massas com influência e destaque como sujeito político capaz de pautar reformas avançadas.

O posicionamento contra a redução da maioridade penal unificou os quase 10 mil estudantes que participaram do Conune. Durante o congresso foram realizados diversos painéis sobre assistência estudantil, financiamento, apresentação do relatório da Comissão Nacional da Verdade entre outros assuntos de relevância.

Nas plenárias finais que aprovaram a posição política da entidade e sua direção, as disputas por um projeto que reconduza a UNE ao papel de protagonismo social ficaram em segundo plano. A predominância de atores mais interessados no aparelho político e menos na sua capacidade de ação reafirmou a posição majoritária na ausência de uma crítica sobre o Estado.

A Juventude Liberdade e Revolução (LibRe) e Refundação Comunista (RC) participaram dos diversos espaços de intervenções e na composição da plenária nacional do Movimento por uma Universidade Popular (MUP). No espírito da unidade popular, dialogou com todos os setores progressistas e avançados na luta pelo combate aos ataques que a direita tenta impor no país, como corte de verbas para a educação, a presença do capital estrangeiro no controle de grande parte das universidades, a ampliação da terceirização e redução da idade penal.

Como elemento fundamental para fundar um amplo movimento de unidade pela esquerda, destacamos a necessidade da democracia no horizonte para que a UNE volte a ser grande e perigosa. Na luta por eleições diretas, transparência das contas e dos processos eleitorais, no resgate da importância do movimento pelas bases (através da participação dos Ca’s, Da’s, executivas de cursos, DCE’s etc.) os militantes da LibRe e RC se posicionaram na defesa de chapa em favor de uma universidade popular, junto aos camaradas da Juventude Comunista Avançando, e votando favoráveis com o campo da Oposição de Esquerda.

Estamos na luta com o povo brasileiro na defesa e pela ampliação da democracia e na construção de uma universidade popular!

terça-feira, 2 de junho de 2015

Contribuição ao 54º Congresso da Une (CONUNE)

Leia a contribuição dos militantes da Refundação Comunista e da Juventude Liberdade e Revolução (LibRe) ao 54º Conune, que acontecerá entre os dias 3 e 7 de junho de 2015.

Clique aqui para baixar o arquivo em PDF.






sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Aos 180 anos da tomada de poder do Movimento Cabano


Por Jorge André Silva

ALIENAÇÃO HISTÓRICA

180 anos e nenhuma palavra que escape, nem mesmo por acidente, de qualquer das bocas que falam para as massas. 180 anos de sangue de pobre, preto, índios revoltosos, derramados pela fúria dos que dominam sem precisar de justificativas, pois sua sanha sanguinária (ainda) os permite ignorar a vida, o valor da vida e a pulsão por liberdade.

No Pará, 180 anos atrás, o povo tomou o poder. Essa afirmação é tão agressiva e tão impactante que desaparece dos livros de história ou é tratada como mais um capítulo alegórico que serve apenas para subquestionários de vestibulares excludentes.

Mas quem no Brasil comemorou a plenos pulmões o derrubar violento de um governo que foi opressor até que se viu acuado e deposto? Quem comemorou a invasão da Prefeitura de Belém,a morte de europeus e a bandeira de pobre, preto e índio, que tremulou em 07 de janeiro de 1835? Você soube de alguém? Será que não houve ninguém?

Houve sim. Alguns cabanos em Belém não deixaram a data passar em branco. Armaram-se de armas cênicas para confrontar o silêncio sínico e ocuparam a praça com uma tal marginalia desautorizada e inspiradora, para gritar que a Cabanagem deve ser comemorada no dia em que foi vitoriosa.

Cabanos realizaram ocupações culturais no antigo Mercado de São Braz e na praça Tancredo Neves no bairro periférico da Marambaia. Sarau Cabano e Sarau Multicultural do Mercado. Ambos, construídos como ações coletivistas, microfones abertos, exposições, textos libertários, intervenções. E o tom, o mesmo: comemorar o povo que fez o impossível apresentar-se como inevitável. Revolucionários cabanos exigindo pertencimento em sua própria história.

O Sarau Multicultural do Mercado ocorre mensalmente, na primeira quinta-feira do mês, sempre no Mercado de São Bras e o coletivo Vagalume realiza diversas ações sócio-artístico-culturais no bairro da Marambaia e adjacências.

Vale ressaltar que o termo “Alienação histórica” é exatamente o que vivemos e que, ao contrário do que muitos imaginam, a palavra alienação não significa burrice, desconhecimento, preguiça mental, ou qualquer dessas acusações em que sutilmente foi transformada. Alienar significa ROUBAR. Quando levaram seu celular, você foi alienado dele. Portanto, a alienação é culpa do alienador, não do alienado! Logo cabe perguntar: quem vem roubando o conhecimento de nossa história, para quê o faz e o que faremos?

REVOLUÇÃO POPULAR

Em Belém, a menção cotidiana oficial ao movimento Cabano é uma data, nome de rua inclusive, trata-se da Rua 13 de maio. Agitada, é uma das principais vias de acesso ao consumo (e à exploração de cabanos urbanos). Central no centro da cidade, a rua foi batizada pelo Império por ser o local onde o líder Cabano (mas não popular) Eduardo Angelim, residia e onde amargou a lembrança diária de sua derrota todos os dias da vida posterior ao fim do levante popular.

7 de janeiro? Dia de fogo, flecha, revolução? Não! Não comemorem. Nem mesmo lembrem!!!!
Ao brasileiro não cabe comemorar seus heróis. A menos que se trate de Ayrton Senas, Xuxas e negros mais racistas que racistas. Ao brasileiro cabe memorizar heroísmos que lhe tenham massacrado, ratificado explorações e eliminado sua resistência. Ao brasileiro cabe repetir a história dos vencedores, não dos vencidos, não a sua. E como vencidos ainda, nossas vitórias não viram páginas, nem homenagens, nem hinos.

Nossas vitórias apenas serão comemoradas se, por insurgências autodeterminadas e teimosas, decidirmos que podemos nós mesmos escolher a quem aplaudir e a quem tomar como modelos.
Quando, por compreendermos o papel do ídolo no jogo de sombras burguês, decidirmos que nos valeu mais um caboclo “anonimado”, tornado “soldado que seguiu o líder”, do que ícones que anestesiam a percepção de que quem derramou sangue não está listado na história.

O povo que guerreou é outro, não o que ilustra as iluminuras. Nunca vi Maria, Zé, Tião. Mas foram deles as mãos de carregaram as canoas e que moravam nas Cabanas que batizaram o movimento. Mas só isso.

Parecemos viver em um país de heróis, mas de poucos heróis, não de povo coletivamente heroico. A aparência que se constrói e se consolida é de que nenhum movimento é realmente popular, mas resultado de líderes e de sua potência de ação.

É por essa sensação que as lutas mais importantes, as que se dão nas ruas, são transformadas em segundos de telejornal, não em modelos embrionários do que deveria ser a democracia.

Fala-se em revolução, mas espera-se a reedição de outras revoluções, nunca as nossas próprias. Fala-se em liberdade, mas busca-se a cristalização de cúpulas livradoras. Fala-se de movimentos de massa, mas a primeira busca é por sua subordinação, doutrinamento e hierarquização, só depois disso a massa torna-se política. É o que demonstram e que só vai acabar quando a própria massa decretar seu fim.

A ansiada revolução é popular? Então porque ninguém está explicando isso massivamente para o povo? Porque ninguém toma para si a Cabanagem, a Balaiada, Canudos e quilombos?

LEVANTE CULTURAL

Por tempos no Brasil as ideias eram mais perigosas que bombas. Tanto é que levantes militares não amedrontavam tanto quanto livros, assembleias e canções.

A mercantilização da cultura é a guerrilha subliminar mais perigosa que o sistema capitalista promove contra a sociedade, pois retira a liberdade criativa sem demonstrar que está sufocando o poder de transformação inerente ao brasileiro.

Levantem as mãos os que gostam de samba. Agora os que sabem tocar.

Levantem as mãos os que escrevem poemas. Agora os que se interessam por eles.

Levantem as mãos os que pagam R$ 200,00 por um ingresso. Agora os que batucam nas panelas e garrafas com feijão, ocupam a rua e cultuam a si mesmos enquanto células da cidade.

Se a cultura é produto, quem é a matéria prima? Nossos cérebros, nossas almas ou o dinheiro de alguém???

Cultura-produto é sinônimo de políticas públicas silenciadoras, artistas panfletários produzindo para vender, não para viver (viver arte). Cultura-produto é sinônimo de mega-espetáculo, nunca de carimbó, forró pé de serra, samba de cacete, a não ser que sejam para atender a um edital segregador que não passa de vestibular que disfarça falta de vagas.

Cabanagem cultural. Invasão dos centros de poder ideológicos pelas (e para as) mãos das Marias, Zés e Tiãos. Cabanagem artística. Cabanagem contra a sabotagem!

Não vou descrever pormenorizadamente os atos públicos realizados em 7 de janeiro de 2015 em Belém, se você desejar saber sobre eles, pesquise no face o grupo“Sarau Multicultural do Mercado” e sobe o Sarau Cabano da Marambaia “Flávio GammaDagamma”.

Muito mais que publicizar o que fizemos, o importante é perguntar: o que faremos?

POR UM BRASIL CABANO

No Brasil a esquerda luta por hegemonias de grupo, não por hegemonia de classe. É por isso que se a denúncia respingar em “colegas” ela é deixada de lado. E dane-se a situação. É por isso que os sindicatos são ringues, não cooperativas políticas organizadoras dos trabalhadores. É por isso que os partidos são por dentro ninhos de cobras que engolem cobras, não agregações de linhas de frente. As vanguardas de hoje são equívocos, porque não lutam para construir a revolução, mas para tomar o controle dela quando for vitoriosa (sim, quando for vitoriosa, já que o desenvolvimento de sua luta também não é de seu interesse).

O ouro de tolo amealhado pelo carguismo, por mais reluzente e cheio de zeros à direita que represente, nunca será suficiente para santificar os carros/casas/prazeres comprados.

A subserviência dos pseudo lutadores às benesses do sistema, não resolve nem os problemas dos que se vendem nem a pulsação da revolta dos que são vendidos, mesmo quando eles não entendem porque suas lutas não avançam.

O Brasil por enquanto não tirará do poder os filhos e apadrinhados de Dom Pedro, que hoje possuem novos sobrenomes, que são acionistas de multinacionais (brasileiras ou não), que ocupam a nata do topo de ponta da pirâmide (onde as verdadeiras decisões são tomadas) e que travestem seus empregados com fardas, legendas, bandeiras e manchetes. Isso só mudará quando ELES FOREM O ALVO DAS MUDANÇAS.

Enquanto a luta for de frações contra frações, de facções contra subgrupo e de movimentos contra movimentos, os herdeiros de Dom Pedro estarão retomando o poder de raros cabanos que ousarem sair de suas taperas, matando-os e apagando-os da história.

O Brasil só será de brasileiros quando uma Cabanagem nacional acontecer!!!

Isso é tão perigoso que nossa cultura é de “13 de maio”, jamais de “7 de janeiro”. Isso é tão perigoso que somos chamados para esperar por 1917 ao invés de chamarmos todos para o pós-2013.

Cabano é bolchevique. Cabano é comuna. Cabano é brasileiro que não sabia de nada e assumiu por si aquilo que só se perdeu porque foi repassado para dom-pedristas.

Dá até para pensar nos gritos de guerra. “Cabanagem contra a sacanagem”. “Contra burguês, flechas cabanas pra vocês”. “Chamem os cabanos”. “Cabanarpara a corrupção acabar”.

Brincadeiras a parte, o que realmente interessa é a pergunta: és cabano, mano?!

VIVA OS 180 ANOS DA CABANAGEM!!!!


Ps.: Sentiu falta de referências históricas, data e tudo mais? Isso você mesmo pode resolver.
Ps2.:Este texto é para incomodar e abrasileirar ainda mais nossa base ideológica, afinal nem o Caetano acredita que só é possível filosofar em alemão.

Ps3.: O Sarau Multicultural é culpa do Jorge André Silva e do Ado Mendes; o Sarau Cabano da Marambaia é culpa do Flávio GammaDagamma. Dá para acha-los pelo facebook.

FOTOS DO SARAU MULTICULTURAL DO MERCADO








segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Nota de Repúdio à ação da Polícia Militar do Alckmin



Foto: Midia Ninja

Nós, movimentos e organizações em luta contra o aumento das tarifas de metrô, trens e ônibus, vimos, por meio desta nota, repudiar a violência e a truculência policial demonstrada nos últimos atos ocorridos na Capital paulista em torno dessa pauta.

Entendemos que a democracia, em seu sentido concreto, somente se constrói com a liberdade de expressão e de manifestação, motivo pelo qual a tomada das ruas em atos e protestos é algo não apenas legítimo, mas também indispensável à construção de um Estado plural, tal como garante a Constituição em diversas passagens de seu texto. Passados mais de 26 anos de sua promulgação, práticas recorrentes durante a ditadura militar se fazem presentes com a conivência do poder público, tornando letra morta o artigo 5°, inciso XVI, da Constituição, que diz: “todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.”

No entanto, na última sexta (23), novamente a Polícia Militar, comandada pelo Governador Geraldo Alckmin, se comportou de modo inadmissível perante os marcos democráticos supostamente em vigor. Primeiro, ao influenciar a escolha do trajeto por meio de ameaça de uso de força. Segundo, ao conduzir o ato já em curso, fechando vias e dirigindo a passeata, não permitindo qualquer modificação do trajeto. Por fim, ao usar efetivamente a brutalidade das bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha, pondo fim ao ato de modo voluntarioso, como se coubesse ao braço armado do Estado, e não aos manifestantes, a decisão pelo seu encerramento. Acrescente-se a isso a prática ilegal de “detenções para fins de averiguação”.

A situação chegou a um ponto insustentável. A população de São Paulo já mostrou que está disposta a se manifestar e combater nas ruas o aumento abusivo das tarifas. No entanto, paira no ar a certeza de que estar nas ruas para exercer o direito de expressão é sinônimo de colocar em risco a integridade física. Enquanto isso, o Prefeito Fernando Haddad, que já fez declarações absurdas - equiparando manifestantes a terroristas e defendendo a violência da polícia -, assiste de modo totalmente omisso à barbárie institucional e antidemocrática que toma a cidade como palco.

Diante disso, exigimos que o Prefeito Haddad se posicione quanto à violência arbitrária cometida pela Polícia Militar nos últimos atos! Exigimos que o Governador Geraldo Alckmin, responsável pela PM, retire a Tropa de Choque das manifestações, impeça a intervenção indevida da polícia sobre a escolha do trajeto e puna os policiais que forem flagrados praticando abusos! Por fim, reiteramos a ambos que seja revogado o aumento das tarifas!

Continuaremos nas ruas pelo direito de ir e vir e pelo direito de se manifestar, sem catracas!

ANEL
Coletivo O Estopim
CSP-Conlutas
Fora do Eixo
Juntos!
Juventude Liberdade e Revolução - LibRe
Levante Popular da Juventude
Marcha Mundial das Mulheres
Midia Ninja
MTST
Rede Ecumênica da Juventude (REJU-SP)
Refundação Comunista de São Paulo
UJR - União da Juventude Rebelião