Nota
da Juventude Liberdade e Revolução – LibRe
Diante
do agravamento da crise política e institucional por que passa o
Brasil, a Juventude
LibRe vem se
manifestar em defesa da democracia e contra qualquer mobilização
golpista, denominada pelo eufemismo jurídico “impeachment”.
O
arranjo político que sustentou o ciclo de poder do último período,
encabeçado pela coalização PT e PMDB, e que buscou promover uma
conciliação feita
por cima entre a
burguesia
e a força de trabalho,
esgotou-se em razão da crise econômica e do acúmulo de poder dos
setores conservadores, não só no Brasil, mas em toda América
Latina. Tais setores espreitam a oportunidade de um novo arranjo
político que possa aprofundar a acumulação de capital e a
espoliação da classe trabalhadora, expressa na agenda conservadora
em pauta no Congresso, que passa por transferir a demarcação de
terras indígenas do Executivo ao Legislativo, aprovar terceirização
como atividade-fim, a abertura do pré-sal às multinacionais, etc.
A
crise do capitalismo atingiu o epicentro do sistema nos últimos
anos. O bloco composto por EUA e União Européia passou por um
aprofundamento da onda depressiva, com baixos patamares de
crescimento e altos índices de desemprego, protestos e convulsões
sociais.
Por
essas razões, compreendemos que há um movimento capitaneado por
forças conservadoras e
associadas ao capital transnacional internamente que,
apoiado na insatisfação popular e na atuação partidarizada do
poder Judiciário, pretende reverter o resultado das urnas e
atropelar o processo democrático no Brasil. Não temos dúvida: o
movimento pró-impeachment é uma articulação de direita que deve
ser visto e denunciado como golpe.
Sabemos
que o governo Dilma, especialmente nesse princípio de segundo
mandato, pressionado pelo Congresso conservador, assumiu uma agenda
política anti-povo, manifesta no ajuste fiscal e agenda Brasil que pesou sobre os
ombros da classe trabalhadora. Nesse sentido, a frustração e o
ressentimento dos que a elegeram é justificada. Entretanto,
entendemos que o que está em jogo é a substituição desse governo
de conciliação pelos representantes
mais diretos das elites brasileiras, cujo principal propósito é
limpar o caminho para a aprovação das medidas de retrocesso que
esperam votação na Câmara e no Senado.
Tal
avalanche conservadora e
neoliberal já
conquistou vitórias na Argentina, com a eleição de Maurício
Macri, na Bolívia, com a derrota do plebiscito para reeleição de
Evo Morales, e na Venezuela, com a eleição de um Parlamento de
oposição a Maduro. No Brasil, porém, derrotada nas eleições de
2014, apesar de conquistar terreno na Câmara, revela seu caráter
golpista ao embarcar na defesa da interrupção do mandado
constitucional de Dilma. O que está em questão, portanto, no
Brasil, é ainda mais importante do que o conteúdo progressista ou
conservador de um governo. Um processo de impeachment sem
fundamentação jurídica, propostas de parlamentarismo – já
derrotadas em plebiscito popular duas vezes em nossa história – e
o crescimento de apelos por ‘intervenção militar’, desempenham
um papel deletério para nossa democracia, conquistada à custa de
muita luta pelo povo brasileiro.
Não
estamos aqui apenas para um expressar posicionamento, e sim para
afirmar que a juventude estudantil e trabalhadora desse país não
irá assistir passivamente a uma nova ruptura democrática, nem que
“desarmada” e, aparentemente, “constitucional”. Não vamos
permitir retrocessos em direitos.
No
próximo dia 18 de março vão ocorrer manifestações por todo o
país contra o golpe em defesa da democracia e dos direitos.
Convocamos todos a somarem forças neste momento.
Confira
alguns locais:
São
Paulo (SP) – MASP, a partir das 16h
Rio
de Janeiro RJ) – Praça XV, a partir das 16h
Porto
Alegre (RS) – Esquina Democrática, a partir das 17h
Salvador
(BA) – Campo Grande, a partir das 15h
Belém
(PA) – Praça da República, a partir das 17h
Belo
Horizonte (MG) – Praça Afonso Arinos, a partir das 16h
Fortaleza
(CE) - Praça da Bandeira, a partir das 14h
Brasília
(DF) - Ato no museu da república, a partir das 18h
Curitiba
(PR) - Praça Santos Andrade, a partir das 18h
Recife
(PE) – Praça Derby, a partir das 15h
A
lista completa está disponível no site da Frente Brasil Popular
Não vai ter golpe!
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