sexta-feira, 9 de março de 2012

Saudação da Juventude LibRe no Dia Internacional da Luta das Mulheres

Panfleto distribuído no último dia 8 de março, dia Internacional (da Luta) das Mulheres, em que estivemos presentes no ato público que teve início com a concentração na Praça da Sé e percorreu as ruas do centro, passando pela Libero Badaró e Barão de Itapetiniga, até a chegada na Praça da República onde finalizou as atividades. Em todo percurso foram realizadas falações e palavras de ordem em homenagem às mulheres lutadoras e pelo fim da opressão de genero. A manifestação foi unificada com diversos e amplos setores de esquerda e contou com a participação de aproximadamente 5 mil pessoas nas ruas.

Saudação da Juventude LibRe no Dia Internacional da Luta das Mulheres
“Assim como estes preconizavam a apropriação pelos trabalhadores dos meios de produção, também as mulheres têm de apropriar se dos meios de reprodução, isto é, do controle dos seus próprios corpos.”(Shulamith Firestone)

Neste dia 8 de março saudamos o Dia Internacional da Luta das Mulheres, uma data histórica concebida pela iniciativa da revolucionária Clara Zetkin, em 1910, no II Congresso Internacional das mulheres socialistas, com provável indício de homenagem a uma grande manifestação de proletárias russas, qual marcou o início da Revolução de fevereiro. Por isso, enfatizamos que esse dia possui um forte caráter classista e revolucionário. É comum observar a relação desse dia com um forte apelo mercadológico, que reforça a cultura machista e do consumo, e consiste em deturpar os valores da luta pela emancipação com tentativas de apropriação e cooptação pelo capitalismo. O Dia Internacional da Mulher não se trata de flores, bombons ou desconto nos salões de beleza. Ele é, pois, o DIA INTERNACIONAL DA LUTA DAS MULHERES.
O capitalismo é por inerência machista, se configura em mais um dos tantos algozes que temos, e lucra com a opressão das mulheres através do trabalho onde, além de mão-de-obra barata - pois persiste a máxima que diz que as mulheres são inferiores ou produzem menos - ela é, ainda, quem deve tomar conta dos filhos e da casa. Estas são consideradas obrigações apenas da mulher que “naturalmente” não deve ser remunerada.
Em 2012, conquistamos a constitucionalidade da Lei Maria da Penha, que proíbe e pune agressões físicas contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar. Agora, a abertura de ação criminal contra o responsável pela lesão corporal não está mais condicionada a uma representação da vítima, o processo poderá ser aberto mesmo se a mulher não prestar queixa. 
Por outro lado, enfrentamos o retrocesso do governo federal em relação à autonomia sobre nossos corpos com a criação da MP 557/11, que cria o Sistema Nacional de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera para Prevenção da Mortalidade Materna, e em nada contribui com a saúde da mulher, apenas a vigia e deturpa os seus direitos sexuais e
reprodutivos, obrigando-a fazer parte de um cadastro público que pode ser
inclusive acessado por seus patrões.
Questão do aborto não é de religião. Por um debate de saúde, justiça social e contra a opressão!
Muitas vezes essa pauta é colocada pelo aspecto moral e pouco se debate objetivamente o aborto. Seja através de bancadas na esfera parlamentar quanto em manifestações públicas, alguns religiosos pregam repúdio total.
Contra o retrocesso e pela laicidade do Estado, reivindicamos a descriminalização e a legalização do aborto, para que todas as mulheres possam abortar segura e gratuitamente, já que a ilegalidade do aborto tem consequências maiores principalmente nas mulheres mais pobres que não podem pagar uma clínica e utilizam vias clandestinas.
Manifestamos também o nosso incondicional apoio as mulheres do Pinheirinho e de todas as ocupações em comunidades que sofrem com a repressão e violência decorrente da militarização do estado, que prioriza os grandes especuladores e criminaliza a luta pelo direito a moradia.
Convocamos tod@s lutadores ao apoio na luta e unidade das mulheres para que avancemos na construção de uma sociedade igualitária, pondo fim as relações de dominação capitalistas e patriarcais. “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres.” (Rosa Luxemburgo)




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